O País deve colher 2,929 milhões de toneladas de feijão em 2019, uma queda de 1,5% em relação ao resultado do ano passado, segundo os dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de janeiro, divulgados nesta terça-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A inflação oficial no País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), já mostra um aumento no preço do feijão por causa da estimativa menor de safra do grão em 2019, ressaltou Carlos Alfredo Guedes, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE. De acordo com o IPCA, o preço do feijão carioca, a variedade mais consumida, aumentou 19,76% em janeiro.
Em relação ao terceiro Prognóstico para a Safra Agrícola de 2019, divulgado no mês passado, houve melhora. A estimativa para a produção de feijão é 1,6% maior.
A produção esperada para este ano ainda atende ao consumo doméstico tanto de feijão quanto de arroz. O consumo aparente de arroz é de aproximadamente 11 milhões de toneladas, e o IBGE prevê uma safra de 11,1 milhões de toneladas do grão, apesar de a estimativa ser 5,0% menor que a safra do ano anterior.
Quanto ao feijão, o consumo doméstico gira em torno de 3 milhões de toneladas por ano, enquanto a estimativa de produção nacional está em torno de 2,9 milhões, lembrou Guedes. Segundo o pesquisador, em caso de problemas na safra, o arroz é mais fácil de importar que o feijão.
“(A safra menor de) arroz até pode mexer com o preço, mas é um pouco de diferente da do feijão, porque a gente pode ser abastecido no Mercosul. Então mesmo tendo que importar, esta próximo. No caso do feijão, também da para abastecer o mercado, mas já está muito apertada a nossa produção em relação ao que a gente consome. São poucos os países que produzem feijão. E o feijão não pode ser estocado por longos períodos, senão perde a qualidade. A produção de feijão é muito sensível em relação a condições climáticas”, alertou Guedes.
Outros dois produtos que costumam apresentar oscilações expressivas nos preços em função da produção são a batata e o tomate, disse o pesquisador. A safra de batata em 2019 deve ser 7,0% menor que a de 2018, o que deve se refletir no custo ao consumidor. No entanto, o IBGE espera um aumento de 6,1% na produção de tomate, totalizando 4,3 milhões de toneladas.