A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou na Grande Curitiba. Depois da queda de 0,15% registrada em abril, em maio o índice fechou com alta de 0,11%. Em nível nacional, o movimento ocorreu em sentido oposto: a taxa de 0,21% registrada em abril caiu para 0,10% em maio. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o resultado de maio, o IPCA acumula no ano crescimento de 1,51% na Grande Curitiba e 1,75% no País. Em nível nacional, o resultado representa o menor acumulado do ano, considerando-se os cinco primeiros meses, desde 2000, quando foi registrada taxa de 1,41%.
Já a taxa de 4,23% acumulada nos últimos 12 meses no País é a menor desde a apurada em junho de 1999 (3,32%). Segundo a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, a tendência para este ano é que ?o resultado de 12 meses venha convergindo para taxas cada vez menores, já que nenhum item ameaça a inflação?.
Combustíveis
Em Curitiba, o aumento da inflação está atrelado principalmente ao preço da gasolina. Enquanto em nível nacional o preço do derivado de petróleo permaneceu praticamente estável (alta de 0,44%), na Grande Curitiba o aumento foi de 4,33% – a segunda maior taxa, atrás apenas do Recife, onde a alta foi de 4,46%. O preço médio do litro da gasolina em Curitiba em maio, segundo o IBGE, era de R$ 2,533.
Já o álcool combustível ajudou a segurar um pouco a inflação no mês. Em nível nacional, a queda foi de 11,06%. Na Grande Curitiba, a queda foi ainda mais acentuada: de 13,14%. O produto vinha subindo desde julho do ano passado e chegou a atingir alta de 12,85% em março deste ano.
Mesmo com intensa queda registrada em maio, o litro do álcool teve aumento de 13,35% na comparação com dezembro do ano passado. Em maio, o preço médio do combustível em Curitiba era R$ 1,709.
Outros itens
O recuo na taxa de maio, em nível nacional, também teve influência da pequena variação nos preços dos medicamentos (de 2,03% para 1,41%), artigos de vestuário (de 1,18% para 0,90%), energia elétrica (de 1,23% para 0,24%) e condomínio (de 1,25% para 0,74%).
Os produtos não alimentícios também recuaram de 0,34% em abril para 0,14% em maio, mesmo com alta verificada em itens como gás de botijão, que subiu de 0,67% para 1,26%, motivado principalmente pela crise do gás boliviano, que levou muitas empresas preocupadas com um possível desabastecimento a estocar o produto, elevando a demanda; planos de saúde (1,04% nos dois meses) e automóvel novo (de 0,16% para 0,77%).
Entre os produtos alimentícios, foi registrada variação de 0,03% ante 0,27% em abril, com destaque para o frango, que ficou 8,42% mais caro para o consumidor e havia registrado queda de 5,93% em abril.
Expectativas
Para junho a expectativa é de taxas mais baixas, já que o preço do álcool deve continuar em queda e vai haver redução de tarifas em algumas regiões, como os ônibus urbanos em Recife e o gás encanado em São Paulo.
O IPCA é pesquisado nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Belém, Salvador Goiânia e Brasília, e mede os preços de produtos e serviços consumidos pelas famílias com renda de um a 40 salário mínimos.