A inflação acumulada em 12 meses pelo IPCA, o índice oficial da meta de inflação do governo, está em 5,15%, o menor desde julho de 1999, quando o indicador acumulou 4,57%. Para Eulina Nunes dos Santos, técnica responsável pela pesquisa do IBGE, o dado mostra que a inflação está controlada. Em 5,15%, a inflação em 12 meses está também próxima da meta de inflação, que é de 5,5%, com tolerância de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
“A inflação acumulada em 12 meses está totalmente estabilizada há três meses, em torno de 5%”, disse Eulina.
Na avaliação da técnica do IBGE, a aceleração de preços ocorrida de abril para maio deveu-se a aumentos pontuais. “A alta da inflação é localizada e não generalizada”, disse.
Ela cita que o aumento de preços ficou concentrado nos remédios, na tarifa de energia elétrica, nos carros novos e usados, e em alguns alimentos.
Para Eulina, a alta do dólar ocorrida em maio não chegou a causar impacto nos preços ao consumidor. “Não há efeitos visíveis devido à alta do dólar”, disse.
Remédios, alimentos e álcool
O IPCA de maio ficou em 0,51%, acima da variação de 0,37% registrada no mês anterior, mas dentro das expectativas de analistas do mercado.
A aceleração da inflação no mês de maio deveu-se ao aumento do preço dos remédios, que subiu 2,33% no mês passado. Essa alta reflete ainda o reajuste de 5,7% concedido em 31 de março pelo governo no preço de produtos controlados.
Também contribuiu a inflação de 0,23% dos alimentos. Em abril, o grupo tinha registrado deflação de 0,34%. De acordo com o IBGE, problemas climáticos atingiram plantações, o que causou a redução da oferta e o conseqüente aumento dos preços.
O álcool também pressionou o IPCA e passou a ter uma inflação de 2,28% em maio depois de registrar queda de preço de 4,20% em abril. A gasolina, por conta da alta do álcool, passou também a registrar inflação de 0,02%. No mês anterior, a gasolina teve seus preços reduzidos em 1,31%. A gasolina vendida nos postos é composta por 25% de álcool.