IPCA desacelera para 0,49% em maio

A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) desacelerou para 0,49% em maio, a menor taxa desde outubro do ano passado, quando ficou em 0,44%. O recuo da inflação no mês passado ocorreu por conta dos aumentos menores nos preços controlados e nos alimentos, aliados aos combustíveis mais baratos. Em abril, o IPCA havia registrado variação positiva de 0,87%. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Curitiba registrou no mês a segunda menor inflação, a 0,21%, mais alta apenas que Goiânia, que teve deflação de 0,52%. No ano (janeiro a maio), a capital paranaense acumula também a segunda menor inflação: 2,22%, contra os 3,18% em nível nacional.

Em Curitiba, alguns produtos têm contribuído para uma inflação baixa. Um dos principais são os remédios, que registraram aumento de 1,81% em nível nacional e trouxe impacto de 0,07 ponto percentual no índice do mês. Em Curitiba, ao contrário, os remédios subiram apenas 0,31% -resultado da concorrência forte entre algumas redes de farmácias. No ano, os medicamentos acumulam alta de 5,13% no País e de 2,43% na capital paranaense – a menor variação entre as regiões pesquisadas pelo IBGE. Belém (PA) acumula alta de 10,19% nos medicamentos.

Outros segmentos que ajudaram a manter a inflação baixa em Curitiba em maio foram alimentos e bebidas – que subiram 0,65% em nível nacional e 0,50% em Curitiba -, vestuário – elevação de 1,45% no País e 1,17% em Curitiba. O transporte público também ajudou a manter a inflação baixa: ficou estável na capital paranaense, enquanto em nível nacional houve aumento de 0,67%.

Também a energia elétrica contribuiu para manutenção da inflação baixa na capital paranaense. Em nível nacional, a energia subiu 1,78% no País – com o reajuste em quatro regiões: Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e Recife – , enquanto aqui houve deflação de 0,16%, por conta da redução do seguro-apagão. Em junho, e especialmente julho, o impacto da energia elétrica deve vir de Curitiba. O aumento está previsto para o próximo dia 24, mas o índice ainda não foi divulgado.

Já a gasolina teve queda maior em nível nacional (-0,64%) do que em Curitiba (-0,35%). Já o álcool combustível registrou redução maior na capital paranaense (-7,18%) do que no País (-5,42%).

A economista Eulina Nunes, gerente do Sistema de Índices de Preços do IBGE, lembrou que o IPCA mantinha, nos primeiros três meses do ano, crescimento médio de 0,60%. ?Em abril, houve a maior alta do ano, de 0,87%, pressionada sobretudo pelo reajuste de tarifas de ônibus, remédios e energia elétrica. Em maio, esses itens pressionaram bem menos?, apontou.

Abaixo da projeção

O resultado de maio ficou abaixo também das projeções de analistas. Segundo o último Relatório de Mercado do Banco Central, a expectativa era de uma variação de 0,56% para o mês.

No acumulado do ano, o IPCA registra alta de 3,18%. O resultado é superior à metade do centro da meta ajustada de inflação deste ano, de 5,1%. O indicador serve de parâmetro para as metas de inflação do governo. Nos últimos 12 meses, o índice acumula alta de 8,05%.

Entre as regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, as taxas mais altas foram verificadas em Recife (+1,16%) e Salvador (+1,11%). Goiânia apresentou deflação de 0,52%.

O IPCA se refere a famílias com rendimento entre um e 40 salários mínimos e abrange Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Brasília e Goiânia.

Todos os índices estão registrando queda

Além do IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrou queda em maio. A variação foi de 0,70%, abaixo da taxa de 0,91% registrada em abril. Com o resultado de maio, o índice acumula 3,39% em 2005, acima dos 2,63% registrados em igual período de 2004. Nos últimos doze meses, o INPC situou-se em 6,93%, taxa também superior à dos doze meses imediatamente anteriores, 6,61%. Em maio de 2004, o INPC havia registrado variação mensal de 0,40%. O maior índice regional ocorreu em Recife (1,61%) e o menor ficou com Goiânia (-0,11%). Já Curitiba teve a segunda menor variação, com alta de 0,27%. No ano, o INPC acumula em Curitiba aumento de 1,71%.

O INPC se refere às famílias com rendimento monetário de até oito salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange nove regiões metropolitanas do País, além do município de Goiânia e de Brasília.

Outros índices

O IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), da FGV, registrou deflação de 0,30% na primeira prévia de junho. No mesmo período de maio, o indicador ficou praticamente estável, com variação negativa de 0,03%.

O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, que mede a inflação do município de São Paulo, recuou para 0,19% na primeira quadrissemana de junho – período de 30 dias até 7/06. Trata-se da menor taxa quadrissemanal desde a divulgação da terceira semana de abril do ano passado.

Mercado já aposta na manutenção da Selic

Os indicadores de inflação divulgados ontem, que apontaram desaceleração e até mesmo queda dos preços, reforçaram as apostas no mercado de manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 19,75% ao ano. A taxa vêm subindo desde setembro do ano passado.

Para Sílvio Campos Neto, economista-chefe do banco Schahin, os novos dados de inflação, ?sem dúvida?, vão influenciar a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que se reúne na terça e quarta-feira da próxima semana.

?Não há motivo para manter o aperto da política monetária?, disse Campos Neto, que defende a manutenção dos juros.

Na avaliação do economista, a persistência da inflação, citada nas atas do Copom como justificativa para os aumentos dos juros, ?foi quebrada?.

Ele ressaltou que além do recuo da inflação, o BC deve levar em conta o fraco crescimento da economia no primeiro trimestre e o desaquecimento da indústria.

O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 0,3% no primeiro trimestre deste ano em relação aos últimos três meses de 2004 – pior desempenho desde o segundo trimestre de 2003. A produção industrial do País ficou estável em abril na comparação com o mês anterior.

Índices

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE, que serve de parâmetro para as metas de inflação do governo, desacelerou para 0,49% em maio, menor taxa em sete meses. Em abril havia apresentado alta de 0,87%.

O IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), da FGV, registrou deflação de 0,30% na primeira prévia de junho. No mesmo período de maio, o indicador ficou praticamente estável, com variação negativa de 0,03%.

O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, que mede a inflação do município de São Paulo, recuou para 0,19% na primeira quadrissemana de junho – período de 30 dias até 7/06. Trata-se da menor taxa quadrissemanal desde a divulgação da terceira semana de abril do ano passado.

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