O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro não mostrou aumento generalizado de preços, mas altas localizadas, segundo a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos. Segundo ela, a maior parte dos alimentos que tiveram reajustes foi pressionada por problemas sazonais, como período de safra e clima.
Além disso, ela sublinhou que, mesmo com a alta de 0,48% no IPCA de janeiro, a inflação em 12 meses mostrou desaceleração, passando de 5,90% no fechamento de 2008 para 5,84% em janeiro. Eulina explica que a taxa em 12 meses regrediu porque as pressões de janeiro do ano passado, quando o IPCA foi de 0,54%, foram mais fortes do que em 2009.
Câmbio
A coordenadora de Índices de Preços do IBGE disse que o impacto do dólar na inflação de janeiro esteve restrito aos eletrodomésticos (que passaram de uma alta de 0,01% em dezembro para 0,75% em janeiro) e, ainda, aos artigos de TV e som (queda de 1,07% em dezembro para alta de 10,48%) e os remédios (queda de 0,11% para alta de 0,61%). “Com certeza o impacto do dólar não é generalizado, mas localizado nesses produtos”, disse. Segundo Eulina, “provavelmente” a alta do dólar não teve impacto nos alimentos porque a queda nos preços das matérias-primas (commodities) está compensando a pressão do câmbio.
Fevereiro
As pressões já conhecidas para o IPCA de fevereiro são os resíduos de reajustes de ônibus já ocorridos em Recife, Salvador e Curitiba, além do aumento desde o início desta semana em Porto Alegre, e das mensalidades escolares, cujos reajustes são integralmente captados pelo IBGE em fevereiro.
Segundo Eulina, a inflação em 2009 começou de forma bem diferente do que no ano passado já que, enquanto em 2008 havia forte pressão generalizada dos alimentos, este ano começou com pressões pontuais e sazonais.