IPCA de dezembro foi o maior para o mês desde 2002, afirma IBGE

A alta de 0,96% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em dezembro de 2015 foi a maior para o mês desde 2002, quando o avanço foi de 2,10%, informou na manhã desta sexta-feira, 8, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A inflação medida pelo IPCA fechou 2015 com alta de 10,67%, a maior taxa anual desde 2002 (12,53%). O resultado ficou próximo ao piso do intervalo das estimativas coletadas pelo AE Projeções, que ia de 10,66% a 10,88%, com mediana de 10,78%. Em 2014, o IPCA havia sido de 6,41%.

O resultado de dezembro veio igualmente próximo ao piso das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam uma taxa entre 0,95% e 1,12%, com mediana de 1,06%.

Transportes

Em dezembro, o grupo Transportes subiu 1,36% no IPCA de dezembro, pressionado principalmente pelo avanço de 37,07% nas passagens aéreas, informou o IBGE. Sozinhas, as passagens responderam por 0,14 ponto porcentual na alta de 0,96% no IPCA do mês passado.

Segundo o IBGE, os combustíveis, que nos dois meses anteriores se mantiveram na dianteira das contribuições, continuaram com seus preços em elevação, ainda que em menor intensidade. A alta ficou em 1,50%, sendo 1,26% o aumento do litro da gasolina e 2,80% o litro do etanol.

Ainda no grupo, destacam-se as tarifas dos ônibus interestaduais (2,35%), refletindo aumentos ocorridos em Goiânia (13,17%), Brasília (9,70%), São Paulo (3,50%), Fortaleza (1,66%) e Curitiba (1,47%).

Diante do avanço em Transportes e no grupo Alimentação e Bebidas (1,50%), os dois foram responsáveis por 66% da alta do IPCA em dezembro de 2015 (0,63 pp), informou o IBGE.

Vestuário

Os artigos de Vestuário subiram 1,15% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro, informou há pouco o IBGE. O órgão apontou que as pressões vieram tanto das roupas femininas (1,65%) quanto das masculinas (1,23%).

Além disso, também contribuiu para a alta do IPCA em dezembro o grupo Saúde e Cuidados Pessoais (0,70%), influenciado pelos itens plano de saúde (1,06%), serviços laboratoriais e hospitalares (0,95%) e artigos de higiene pessoal (0,90%). Já o grupo Despesas Pessoais (0,57%) sofreu pressão de despesas com excursão (5,76%), manicure (1,16%), cabeleireiro (1,09%) e empregado doméstico (0,43%).

2015

A inflação ficou acima dos dois dígitos em 2015 em sete das 13 regiões investigadas pelo IBGE. Em Curitiba, foi registrada a maior variação, com alta de 12,58%, acima da média do País, que ficou em 10,67%.

Também ficaram acima da média Fortaleza (11,43%), Porto Alegre (11,22%), São Paulo (11,11%) e Goiânia (11,10%). Ainda em dois dígitos, a inflação ficou em 10,52% no Rio de Janeiro e em 10,15% em Recife.

Os demais aumentos foram registrados em Campo Grande (9,96%), Belém (9,93%), Salvador (9,86%), Brasília (9,67%), Vitória (9,45%) e Belo Horizonte (9,22%).

Energia elétrica

A energia elétrica foi, de longe, a maior pressão individual sobre a inflação em 2015. Com uma alta média de 51,00%, as contas de energia adicionaram 1,50 ponto porcentual à taxa de 10,67% acumulada pelo IPCA no ano passado.

Os combustíveis, com alta de 21,43%, também pressionaram e acrescentaram 1,04 ponto porcentual ao IPCA. Só o litro da gasolina subiu 20,10% em média, enquanto o etanol ficou 29,63% mais caro.

Com isso, energia elétrica e combustíveis responderam, sozinhos, por 24% do IPCA de 2015.

A alta da energia elétrica levou o grupo Habitação a subir 18,31% no ano passado. O botijão de gás, com alta de 22,55%, também contribuiu, assim como a taxa de água e esgoto (14,75%), o condomínio (9,72%) e o aluguel (7,83%).

Marcado por aumentos como o da energia elétrica, da gasolina e de 15,09% no ônibus urbano, o ano de 2015 fechou com uma alta de 18,08% nos preços monitorados.

Serviços

Já os Serviços subiram em menor ritmo, 8,09% no ano passado, abaixo da inflação (10,67%). A principal pressão veio da alimentação fora do domicílio (10,38%), enquanto a maior baixa ocorreu em passagens aéreas, que ficaram 15,23% mais baratas, apontou o órgão.

Alimentação

Os gastos com alimentação e bebidas subiram 12,03% em 2015, o maior impacto de grupo na inflação (3,00 ponto porcentual) anual de 10,67%, informou o IBGE. Entre os alimentos consumidos em casa, a alta foi generalizada, e nos bares e restaurantes tampouco houve alívio.

Segundo o IBGE, vários produtos apresentaram fortes altas no ano passado, destacando-se a cebola (60,61%), o tomate (47,45%), a batata-inglesa (34,18%) e o feijão-carioca (30,38%), produtos importantes na mesa do consumidor. Também aumentaram de preço o cafezinho (15,67%) e a cerveja consumida fora de casa (13,21%).

Em cinco das 13 regiões investigadas pelo IBGE, a alta de alimentos subiu mais de 13%. Em Curitiba, houve a maior alta: 13,87%.

Apenas no mês de dezembro, o grupo Alimentação e Bebidas subiu 1,50% no IPCA. Os preços dos produtos consumidos em casa subiram 1,96% em média, bem mais do que a alimentação fora de casa, que avançou 0,65%.

Alguns itens apresentaram aumentos expressivos em dezembro, a exemplo de cebola (13,71%), tomate (11,45%), açúcar refinado (10,20%) e cristal (7,14%), feijão-fradinho (7,24%) e carioca (7,02%).

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