Curitiba correu na contramão do restante do País e registrou alta de 0,64% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em agosto, mais que o dobro do verificado no mês anterior (0,31%) e acumula alta de 3,85% no ano.
A capital paranaense só teve IPCA menor que o Rio de Janeiro, que teve um aumento médio nos preços de 3,88%. São Paulo que tem peso de 33% na composição do índice, zerou em agosto e acumula alta de 2,89% no ano.
A média do país ficou praticamente estável, com alta de 0,04% contra 0,01% registrado em julho. Os maiores impactos no índice curitibano foram os reajustes da gasolina (4,04%) e do etanol, que aumentou 11,72% no mês de agosto.
O IPCA – divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – é o índice que baliza o regime de metas do Banco Central (BC). Os produtos alimentícios tiveram deflação de 0,24% em agosto, ante queda de 0,76% em julho, e garantiram a estabilidade do índice.
O IPCA acumula altas de 3,14% no ano e de 4,49% nos últimos 12 meses. No acumulado dos últimos 12 meses, se o preço dos produtos alimentícios foi o principal responsável pela elevação da inflação num patamar acima de 5% até abril, também foram determinantes para a redução da taxa no mesmo intervalo de 12 meses para abaixo do centro da meta, de 4,5%, em agosto.
Apesar da trajetória favorável dos preços dos itens alimentícios nos últimos meses, a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos destacou que, na passagem de julho para agosto, houve uma pequena aceleração nesse grupo de produtos, influenciada por problemas climáticos no Brasil e em países como a Rússia, com impacto em alimentos como trigo e soja.
Como consequência desses efeitos do clima, o grupo dos alimentos reduziu o ritmo de queda no período, sob o impacto de itens como óleo de soja (+2,67% em agosto ante -0,88% em julho) e pão francês (+1,08% em agosto ante -0,38% em julho).
“Há sinais claros de arrefecimento na queda dos preços dos alimentos”, disse Eulina, que ressaltou, entretanto, que “será preciso esperar os resultados dos próximos meses para avaliar a extensão” desse arrefecimento.
Segundo ela, para o IPCA de setembro, as únicas pressões já conhecidas sobre a taxa são os reajustes de energia elétrica em Belém e em Brasília e da taxa de água e esgoto em São Paulo.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou, em agosto, o mesmo resultado de julho: -0,07%. Com esse resultado, o acumulado em 2010 ficou em 3,24%, acima da taxa de 3,07% relativa a igual período de 2009.
Considerando os últimos 12 meses, o índice está em 4,29%, abaixo dos 4,44% referente aos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2009 o INPC havia ficado em 0,08%.
Também neste índice Curitiba vai contra o restante do País. Registrou alta de 0,47% em agosto, dez pontos percentuais acima do verificado em julho (0,37%) elevando para 4,40% o acumulado do ano. Os reajustes da gasolina e do etanol também foram os responsáveis pela diferença do índice registrado na capital paranaense.
Os produtos alimentícios continuaram em queda, porém em menor intensidade, passando de -0,92% em julho para -0,48% em agosto, enquanto os não alimentícios aumentaram menos, passando de 0,29% para 0,10%.
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange nove regiões metropolitanas do país, além do município de Goiânia e de Brasília.
Para cálculo do mês foram comparados os preços coletados de 29 de julho a 27 de agosto de 2010 (referência) com os preços vigentes de 29 de junho a 28 de julho (base).
O INPC, por sua vez, se refere às fam&iacut,e;lias com rendimento monetário de um a seis salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange as mesmas regiões do País.