Impulsionada pelas tarifas públicas, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) manteve a trajetória de alta e atingiu 0,91% em julho, maior taxa desde abril do ano passado. Em junho, o IPCA havia sido de 0,71%. Os dados foram divulgados ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as 11 regiões metropolitanas pesquisadas, Curitiba foi a que apresentou a terceira maior variação no mês, com 1,03%, atrás de São Paulo (1,19%) e Salvador (1,11%). A menor inflação foi registrada em Belém (0,24%).
Pressionada por reajustes nas tarifas de São Paulo e Curitiba, foi a energia elétrica, com 3,67%, o item que exerceu o principal impacto no mês: 0,17 ponto percentual. O telefone fixo, reajustado em todas as regiões, veio a seguir, com 4,88% de aumento nas contas e 0,16 ponto de impacto.
Combustíveis e alimentos, embora tenham apontado alta, desaceleraram em relação a junho. Os alimentos passaram de uma alta de 0,72% para 0,67% entre junho e julho. A gasolina diminuiu o ritmo de aumento de 3,52% para 2,46% no período.
Em agosto, a gerente do sistema de índice de preços do IBGE, Eulina Nunes da Silva, avalia que os impactos dos reajustes de telefonia e luz serão menores. Já a gasolina pode voltar a subir um pouco em razão do aumento de aproximadamente 12% no álcool anunciado pelos usineiros.
O levantamento do IBGE é realizado em São Paulo, Salvador, Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Brasília, Goiânia, Fortaleza e Belém. O índice se refere a preços de produtos e serviços consumidos por família com rendimento de um a 40 salários mínimos. O IPCA é utilizado pelo governo como parâmetro para as metas de inflação.
Ano
O IPCA acumulou alta de 4,42% nos sete primeiros meses deste ano. A meta de inflação para 2004 foi fixada pelo governo em 5,5%. No entanto, como a meta tem uma margem de erro de 2,5 pontos para cima ou para baixo, a inflação pode chegar a até 8% sem comprometer a credibilidade do Banco Central – responsável por mexer na taxa básica de juros para atingir as metas. Segundo pesquisa do BC, o mercado acredita que o IPCA acumulado neste ano atinja 7,20%. Em Curitiba, o IPCA acumula a maior alta do País: 6,19%.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve variação de 0,73% em julho e ficou 0,23 ponto percentual acima dos 0,50% de junho. Com isso, o INPC acumulou 3,89% no ano e 6,30% nos 12 meses. Curitiba apresentou a segunda maior alta (1,17%), entre as onze regiões pesquisadas, atrás apenas de São Paulo (1,22%). No ano, o acumulado em Curitiba é de 6,95% – o maior do País.
Os preços dos alimentos subiram 0,53%, pouco acima da taxa de 0,48% registrada em junho. Os não-alimentícios tiveram variação de 0,82%, resultado superior ao de junho, 0,51%. Em Curitiba, o grupo alimentação e bebidas subiu 1,19%.
O INPC é calculado pelo IBGE e se refere às famílias com rendimento monetário de até oito salários-mínimos.