Desde a introdução do Plano Real, há 25 anos, em julho de 1994, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 508,23%, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao divulgar a leitura de junho do indicador.
Nestes 25 anos, a maior pressão inflacionária veio do grupo Habitação, com alta de 1.020,82%. Fernando Gonçalves, gerente de Sistema Nacional de Índices de Preços (SNIPC), evitou dar uma explicação definitiva para a elevação acima da média nesse grupo, mas lembrou que dele fazem parte preços monitorados, como a conta de luz.
Na outra ponta, o grupo Artigos de Residência teve a menor inflação do Plano Real, com avanço de 174,29% desde julho de 1994. O grupo Alimentação e Bebidas, um dos mais importantes para a percepção popular sobre a inflação, teve variação abaixo da média com IPCA, acumulando alta de 486,28% no período.
O IBGE aproveitou os 25 anos do Plano Real para compilar dados do SNIPC, desenvolvido em 1980. O plano de estabilização interrompeu a dinâmica de hiperinflação, mostra o compilado. No acumulado de janeiro de 1980 a junho de 1994, o IPCA registrou alta de 11.253.035.454.003,90%, em contraste com os 508,23% de julho de 1994 a junho passado.
No período de 1980 até hoje, a maior variação mensal ficou com março de 1990, mês da introdução do Plano Collor, quando o IPCA registrou alta de 82,39% apenas naquele mês. A menor variação foi registrada em agosto de 1998, quando o IPCA recuou 0,51%. Aquele ano, anterior à introdução do câmbio flutuante, registrou a menor inflação da histórica, com alta de 1,65% no IPCA.