A inflação oficial do país, o IPCA, não deu trégua em março e subiu 1,23%. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a alta dos preços foi um pouco menor que a de fevereiro (1,57%). Porém, foi o maior resultado para um mês de março desde 1995, quando o índice fechou em 1,55%.
No primeiro trimestre do ano, a inflação alcança 5,13%. Ou seja, em apenas três a alta dos preços já corresponde a pouco mais de 60% da meta de inflação fixada pelo Banco Central para todo este ano, de 8,5%. Nos últimos 12 meses, os preços acumulam variação de 16,57%.
Em março, o aumento dos alimentos foi o que mais pesou no bolso do consumidor. Os alimentos subiram 1,66%, após registrarem variação de 1,22% no mês anterior.
O clima foi que mais influenciou o aumento dos preços dos alimentos, segundo o IBGE. O tomate foi o produto que mais subiu devido a um problema de quebra de safra. No mês, a alta foi 57,35%.
Também corroeu o orçamento das famílias os remédios, cujo aumento no período alcançou 4,58%. Neste caso, o impacto veio de um reajuste concedido em fevereiro pelo governo, de 8,63%, mas que ainda foi sentido no mês passado.
A inflação só não foi ainda maior devido à queda de 0,31% no preço da gasolina em março. O gás de cozinha, que tinha recuado 3,73% em fevereiro, voltou a subir em março e registrou alta de 0,91%.
A maior alta apurada entre as regiões pesquisadas ocorreu em Recife, de 1,69%. Já a menor inflação foi registrada em Fortaleza, onde os preços subiram 0,66%. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as altas foram de 1,03% e 1,04%, respectivamente.
Inflação joga “água fria” no mercado
Índices de inflação acima do esperado motivaram a compra de dólares no mercado à vista, ontem, e fizeram a moeda norte-americana fechar em alta pelo terceiro dia consecutivo. O dólar comercial abriu com valorização de 0,97% e chegou ao final dos negócios com alta de 1,60%, a R$ 3,249 na venda.
Os analistas começaram a reavaliar as previsões de inflação para o ano e estimativas para o juro. O governo não vai baixar a taxa enquanto a inflação não mostrar um recuo consistente, dizem analistas.
Ontem, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), da Fipe, apontou um novo avanço nos preços ao registrar alta de 0,81% nos últimos 30 dias, após ficar em 0,67% no fechamento de março.
O IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna), divulgado na tarde de anteontem pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), aumentou para 1,66% em março, taxa maior que a de fevereiro (1,59%).
Já o IPCA, do IBGE, apontou taxa de 1,23% em março. Embora ainda esteja alta, ficou menor do que o 1,57% de fevereiro. No ano, porém, o IPCA acumula 5,13% ?o equivalente a 60% da meta de inflação de todo este ano, de 8,5%.
