Rio – A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) ficou em 1,14% em abril, variação idêntica à registrada em março. Para economistas, o desempenho do índice, que funciona como uma espécie de prévia do IPCA fechado do mês, é sinal de que o indicador de abril terá resultado igual ou até inferior ao de março, quando o índice cheio atingiu 1,23%. No ano, o IPCA-15 acumula 6,60%; e nos últimos 12 meses, 16,74%.
Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O órgão justificou o resultado, explicando que aumentos em itens importantes, como passagens aéreas (6,48%) e remédios 5,87% mantiveram o resultado do IPCA-15 do mês anterior. Por sua vez, a variação nos preços dos alimentos passou de 1,32% em março para 1,61%.em abril, por conta da alta de preços dos produtos afetados pelo clima.
Mas o IBGE destacou vários fatores que contribuíram para conter a inflação no período. Entre eles, a redução na taxa de crescimento dos ônibus urbanos, de 2,80% em março para 1,25% em abril; a ausência de reajuste nos serviços de telefonia fixa (que subiram 4,18% em março) e a desaceleração nos preços da gasolina, de 1,71% no IPCA-15 de março para queda de 0,63% em abril.
O resultado do índice, averiguado de 15 de março a 11 de abril, fez com que economistas acreditassem mais na possibilidade de que o índice fechado deste mês apresente desaceleração da inflação.
Para o economista do Ibmec e ex-diretor do Banco Central Carlos Thadeu de Freitas, o resultado do IPCA fechado deste mês será igual ao do mês passado. Ele lembrou que o desempenho do indicador em abril ainda pode ser influenciado pelos preços de alguns bens que sofrem de “inércia inflacionária”, referente à inflação do ano passado.
As perspectivas para maio parecem ser mais positivas, devido à possibilidade de redução no preço dos combustíveis, segundo avaliação do economista do Instituto Fecomércio-RJ, Paulo Bruck. Ele prevê IPCA de maio em torno de 0,2%, com a perspectiva de redução no preço da gasolina.
