A alta de 0,13% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) em agosto foi a menor para o mês desde 2010, quando houve deflação de 0,05%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Como resultado, a taxa acumulada em 12 meses caiu de 4,53% em julho para 4,30% em agosto. Em agosto do ano passado, a taxa do IPCA-15 foi de 0,35%.
O aumento nas despesas das famílias com habitação e saúde impediram que a inflação medida pelo IPCA-15 fosse mais baixa em agosto. Os gastos com Habitação passaram de alta de 1,99% em julho para 1,10% em agosto. Enquanto as despesas com Saúde e cuidados pessoais saíram de uma queda de 0,08% para alta de 0,55% no mesmo período, sob pressão do aumento de 0,81% no plano de saúde. Juntos, os dois grupos contribuíram com 0,24 ponto porcentual para a inflação do mês.
Dois grupos registraram deflação em agosto: Transportes (-0,87%) e Vestuário (-0,39%). A queda de preços nos Transportes ajudou a conter inflação do mês em -0,16 ponto porcentual.
O grupo Alimentação e bebidas saiu de um avanço de 0,61% em julho para alta de apenas 0,03% em agosto. Os gastos com Comunicação subiram 0,02% no mês. Os demais aumentos ocorreram em Educação (0,23%), Despesas pessoais (0,32%) e Artigos de residência (0,54%).
Energia elétrica
A conta de luz mais cara pesou na inflação de agosto medida IPCA-15). A energia elétrica subiu 3,59%, o maior impacto individual sobre a inflação do mês, o equivalente a uma contribuição de 0,14 ponto porcentual sobre a taxa de 0,13% registrada pelo IPCA-15. Os destaques foram os reajustes de 15,84% em uma das concessionárias pesquisadas em São Paulo e de 12% em Belém.
As famílias também pagaram mais pela taxa de água e esgoto, com alta de 0,62%, em razão de reajustes no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Goiânia e Porto Alegre.
O gás encanado subiu 0,53%, como reflexo do reajuste de 2,52% ocorrido nas tarifas do Rio de Janeiro a partir de 1º de agosto.
O grupo Habitação desacelerou o ritmo de aumento, passando de uma alta de 1,99% em julho para 1,10% em agosto. O grupo, porém, ainda foi o de maior impacto sobre a inflação, contribuindo com 0,17 ponto porcentual para a taxa de 0,13% do IPCA-15 de agosto.
Alimentação
Os gastos com Alimentação e bebidas passaram de um aumento de 0,61% em julho para elevação de 0,03% em agosto. O custo da alimentação no domicílio passou de um aumento de 0,74% em julho para uma queda de 0,43% em agosto.
Alguns itens importantes no orçamento das famílias ficaram mais baratos este mês, como a cebola (-29,72%), tomate (-16,41%) e batata-inglesa (-15,49%). Os preços das carnes recuaram 1,39%, enquanto os das frutas diminuíram 1,97%.
Por outro lado, os consumidores pagaram mais pelo leite longa vida, com alta de 3,58% e contribuição de 0,04 ponto porcentual para o IPCA-15 de agosto, pelo arroz (2,11%) e pelo pão francês (1,34%).
Já a alimentação fora de casa passou de um aumento de 0,38% em julho para elevação de 0,84% em agosto. Os destaques foram os aumentos no lanche (1,63%) e na refeição fora de casa (0,67%).
Transportes
A queda nos gastos das famílias com transportes ajudou a desacelerar a inflação de agosto medida pelo IPCA-15. Os custos dos Transportes saíram de uma elevação de 0,79% em julho para deflação de 0,87% em agosto.
As passagens aéreas ficaram 26,01% mais baratas em julho, principal impacto negativo sobre o IPCA-15 do mês, o equivalente a uma contribuição de -0,10 ponto porcentual para a taxa de 0,13% de inflação em agosto.
Os preços dos combustíveis recuaram 1,32%, com reduções no etanol (-5,80%), óleo diesel (-0,50%) e gasolina (-0,40%).
O maior avanço de preços foi do item ônibus interestadual (4,64%), devido ao reajuste médio de 10,14% nas passagens em vigor desde o dia 2 de julho.