IPCA-15 de abril acelera alta e sobe 0,43%

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,43% em abril, após subir 0,25% em março. O resultado, divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo AE Projeções, que esperavam inflação entre 0,24% e 0,48%, mas acima da mediana projetada, de 0,37%. Com esse resultado, o IPCA-15 acumula altas de 1,87% no ano e de 5,25% nos últimos 12 meses, até abril.

De acordo com o IBGE, seis dos nove grupos de despesas que compõem o IPCA-15 registraram aceleração da alta em suas taxas de variação de preços na passagem de março para abril. Houve inflação mais forte ou mesmo fim de deflação, no período, nos grupos Alimentação e Bebidas (de 0,22% para 0,31%); Habitação (de 0,44% para 0,75%); Vestuário (de 0,16% para 0,49%); Comunicação (de -0,49% para 0,24%); Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,54% para 0,62%) e Despesas Pessoais (de 0,60% para 1,43%), no âmbito do IPCA-15.

O aumento de preços nos grupos Habitação e Despesas Pessoais foram os principais responsáveis pela aceleração da alta na inflação. Juntos, os dois grupos responderam por 58% do IPCA-15 no mês, o que representa um impacto de 0,25 ponto porcentual no total – 0,14 ponto porcentual relativo a Despesas Pessoais e 0,11 ponto porcentual referente a Habitação.

Em Despesas Pessoais, os destaques foram o cigarro (de 0% em março para 5,56% em abril), devido ao reajuste médio de 25% a partir do dia 6 de abril, em antecipação à mudança na cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre cigarros, que vigora a partir de 1º de maio. Ainda no grupo, empregado doméstico (de 1,38% para 1,87%) foi o maior impacto individual no mês, de 0,07 ponto porcentual. Os serviços de cabeleireiro (de 0,23% para 1,86%) e manicure (de 0,23% para 1,29%) também pressionaram o resultado.

No grupo Habitação, houve pressão do aluguel residencial (de 0,45% para 0,82%), condomínio (de 0,48% para 1,01%), mão de obra para pequenos reparos (de 1,03% para 1,31%), artigos de limpeza (de 0,46% para 0,95%), água e esgoto (de 0,19% para 1,60%), na mesma base de comparação. A alta nas contas de água e esgoto foi decorrente do reajuste de 11,17% em Brasília, vigente desde 1º de março, além do aumento de 16,50% ocorrido em Curitiba a partir do dia 21 do mesmo mês.

No grupo Saúde e Cuidados Pessoais, a alta nos medicamentos (de 0,47% para 0,48%) ocorreu em razão do reajuste ocorrido a partir de 31 de março. Houve aumentos também nos serviços médicos e dentários (de 0,79% para 1,30%) e serviços laboratoriais e hospitalares (de 0,36% para 0,81%).

No grupo Comunicação, as ligações de telefone fixo para móvel voltaram ao valor anterior, eliminando a redução de 10,78% concedida pela Anatel em 24 de fevereiro. Houve concessão de uma liminar, em março, a uma das operadoras, informou o IBGE.

Já os artigos de Vestuário voltaram a subir, com a entrada da nova coleção. Os preços dos alimentos também avançaram em razão, principalmente, do feijão carioca (de 0,81% para 6,74%), pescados (de 1,67% para 3,73%), ovo (de 1,88% para 3,36%), óleo de soja (de 0,82% para 2,66%), refeição fora de casa (de 0,06% para 0,67%) e leite longa vida (de -0,15% para 0,45%), também na mesma base de comparação.

Em contrapartida, o destaque de queda foi o item carnes (de -1,57% para -1,59%), representando o mais intenso impacto negativo da taxa neste mês, de -0,04 ponto porcentual.

O grupo artigos de residência também aprofundou a queda na passagem de março para abril, de -0,31% para -0,52%, enquanto os Transportes reduziram a alta, de 0,11% para 0,05%, e Educação saiu de +0,51% para +0,05%.

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