A inflação de 0,48% registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) em agosto foi a taxa mensal mais alta para a cidade de São Paulo desde outubro do ano passado, quando o indicador geral do período atingiu a marca de 0,50%. A informação é da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que conta com uma série histórica do custo de vida na capital paulista desde 1939. A taxa divulgada hoje também é a mais expressiva para um mês de agosto desde 2004, quando houve inflação de 0,99% no município.

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Apesar de atingir o maior nível desde outubro de 2008, a própria Fipe e o mercado já aguardavam um resultado elevado, já que o IPC de agosto refletiu o impacto do reajuste de 12,96% que a Eletropaulo realizou no dia 4 de julho na tarifa de energia dos consumidores da Região Metropolitana de São Paulo.

O efeito deste aumento foi captado somente no mês passado porque os reajustes de tarifas públicas são calculados pelo instituto quando os consumidores recebem a conta em casa para o pagamento do serviço. Como a entrega das contas com o aumento é feita de maneira gradual e os vencimentos são diferentes para vários grupos de consumidores, a tendência é de o IPC captar aos poucos as pressões maiores para o índice geral.

No fechamento de agosto, o item Energia Elétrica apresentou elevação de 9,51% ante variação de 1,38% de julho. O comportamento deste componente levou o grupo Habitação para uma alta de 1,23%, a maior taxa mensal para o grupo desde agosto de 2004 (1,78%) e que representou 0,40 ponto porcentual (84,35%) da inflação total de agosto deste ano. Em julho, o grupo havia mostrado avanço de 0,23% e respondido por 0,07 ponto porcentual (22,38%) da taxa de 0,33% do IPC.

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A maior novidade para a inflação de agosto foi o alívio na inflação proporcionado pelo grupo Alimentação, que havia sido o segmento vilão da inflação em julho, respondendo por 0,20 ponto porcentual (61,55%) do IPC, com uma alta de 0,90%. Em agosto, o mesmo grupo variou 0,22% e representou 0,05 ponto porcentual (10,74%) da taxa geral apurada.

No mês passado, mesmo com uma pressão crescente importante trazida ao grupo pelo subgrupo Alimentos In Natura, os comportamentos de queda do leite Longa Vida, além da carne bovina e do feijão, foram mais decisivos. Enquanto o subgrupo apresentou elevação de 5,38% em agosto, os três itens tiveram quedas de 9,41%, 0,92% e de 3,97%, respectivamente.

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