O que o IPC-Fipe subiu em apenas três meses equivale a 41,2% de toda a inflação esperada pela própria Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para o ano de 2019. A observação foi feita pelo coordenador do IPC-Fipe, Guilherme Moreira. Enquanto ele projeta uma inflação de 3,98% para o ano fechado, só de janeiro a março os preços subiram, em média, 1,64%, ou quase 50% de toda a inflação esperada.

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E esta alta acumulada no primeiro trimestre, de acordo com o coordenador da Fipe se deu basicamente na esteira dos aumentos dos preços dos alimentos. “Olhando no detalhe, fica claro que a inflação no ano é praticamente de alimentos”, disse. As frutas subiram 5,70%; os legumes, 18%; tubérculos, 29,33%, e verduras, 38%. Para Moreira, a alta do IPC-Fipe no primeiro trimestre foi quase que totalmente provocada pelos alimentos in natura.

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Moreira tem planos de revisar ligeiramente para cima sua projeção de inflação este ano, para algo pouco acima de 4%. No entanto, ele não descarta a possibilidade de em algum momento do ano ocorrer alguma deflação. Tal evento estaria ligado à devolução de parte das altas de alguns alimentos. Viria do preço do feijão, que acumulou alta de 100% de janeiro a março, da batata que subiu 70%, e das verduras, 38%.

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O IPC-Fipe fechou março praticamente estável, com alta de 0,51% depois de ter subido 0,54% em fevereiro. De acordo com Moreira, além dos alimentos, o que continua pressionando o índice são os reajustes nos preços dos combustíveis. Em março o preço da gasolina subiu 12% e o etanol, 7%. Os preços dos combustíveis, de acordo com o coordenador, refletem muito o comportamento do dólar e nem sempre devolvem tudo o que sobe, como ocorreu no ano passado.

“O dólar saiu de R$ 3,25 no começo do ano, bateu em quase R$ 4,00. Os preços dos combustíveis acompanharam, mas quando o câmbio voltou os preços dos combustíveis não voltaram”, observou o economista. Por isso, a ideia dele de elevar um pouco a projeção de inflação para o ano. Mesmo porque, de acordo com Moreira, no fim do ano os alimentos voltarão a pressionar a inflação. A revisão deverá ser anunciada no próximo mês, mas pode ser antecipada para uma das quadrissemanas de abril.