Rio (AE) – O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) deve continuar acelerando, na próxima apuração do indicador, que será referente à quadrissemana encerrada em 22 de novembro. A análise é do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz. ?Acho que o indicador deve subir um pouco mais, mas não muito – talvez, uma aceleração como foi registrada nessa última quadrissemana, de 0,04 ponto percentual?, afirmou.
Ele explicou que, no próximo IPC-S, duas forças ?opostas? atuarão sobre a taxa do índice. O grupo Alimentação, que começa a registrar sinais de aceleração, deve permanecer com os preços em alta no próximo resultado do índice. Isso porque os alimentos in natura estão demonstrando que vão continuar a registrar elevações de preços mais intensas. ?Estamos detectando, na ponta, que os in natura têm força para continuar a subir?, disse.
Além disso, o economista lembrou que o repasse da recente alta de preços das commodities no atacado começa a atuar no varejo, principalmente no setor de alimentos. ?Creio que os alimentos processados devem registrar aceleração, na próxima apuração?, disse.
Porém, em contrapartida, dois grupos podem atuar para compensar essa elevação mais intensa de preços no grupo Alimentação. É o caso de Transportes e de Habitação.
No caso de Transportes, os preços de combustíveis importantes, para a formação da inflação medida pelo indicador, registraram quedas expressivas no IPC-S de até 15 de novembro, anunciado ontem. É o caso das deflações em álcool (-4,58%) e gasolina (-0,53%).
Para Braz, há uma grande chance de os preços dos combustíveis continuarem caindo na próxima apuração.
No caso de Habitação, Braz lembrou que, recentemente, houve quedas de preços nas tarifas de eletricidade residencial no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Isso deve contribuir para puxar para baixo o resultado de preços do grupo Habitação – e, por conseqüência, a taxa do próprio IPC-S.