Rio (AE) – Com a oitava queda consecutiva anunciada ontem referente à quadrissemana encerrada em 22 de julho (de -0,04%), o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) registra agora a mais longa seqüência de deflações desde sua criação, em janeiro de 2003. A informação é do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz. Ele comentou que a permanência de taxas negativas nos resultados do indicador se deve muito ao comportamento dos preços dos alimentos, que tiveram no IPC-S de até 22 de julho a nona baixa seguida (-0,35%).
Porém, não foi somente o grupo alimentação que levou a esse cenário. Braz comentou que essas quedas sucessivas aconteceram com a ajuda de duas forças: além do comportamento favorável de vários segmentos dentro do grupo alimentação, principalmente os in natura, o indicador também foi impactado pelos preços do álcool e da gasolina. O economista lembrou que, do segundo semestre de 2005 ao primeiro trimestre de 2006, os preços do álcool ?dispararam? (devido a problemas de oferta menor que demanda) e ?contaminaram? o preço da gasolina – visto que este último detém 20% de álcool em sua formação.
Mas, após o primeiro trimestre esses dois combustíveis tiveram oferta relativamente regularizada, o que puxou para baixo os preços de álcool e gasolina no segundo trimestre. Entretanto, o economista comentou que, tanto o IPC-S quanto o grupo alimentação estão apresentando quedas menos intensas, desde a quarta quadrissemana de junho. Na passagem do IPC-S de até 15 de julho para o indicador de até 22 de julho, a taxa do índice passou de -0,13% para -0,04%.
No mesmo período, a taxa do grupo alimentação passou de -0,64% para -0,35%. Isso contribuiu para a perda de força de queda de preços medida pelo IPC-S ao longo do mês de julho. Agora, tanto os preços dos alimentos quanto os dos combustíveis têm caído menos, o que também se refletiu no IPC-S, anunciado ontem.
Entre os destaques de alimentos que caíram menos, ou até mesmo acelerando preço, na passagem do IPC-S de 15 de julho para o indicador de até 22 de julho, estão frutas (de 1,06% para 4,01%); carnes bovinas (de -1,65% para -1,17%) e hortaliças e legumes (de -4,01% para -3,77%). Também aconteceram queda menos intensas em álcool combustível (de -2,16% para -0,59%) e gasolina (de -0,63% para -0,15%), no mesmo período.