O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) deve ter apenas ligeira aceleração em março ante fevereiro, conforme a projeção do coordenador do índice na Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti. O IPC-S arrefeceu de 0,69% em janeiro para 0,17% no segundo mês do ano e a expectativa de Picchetti é que março feche com alta de 0,20%.
Em 12 meses, o IPC-S arrefeceu de 3,22% até janeiro para 3,07% no período finalizado em fevereiro. Com o resultado bastante favorável do mês, Picchetti reduziu a projeção do IPC-S para 2018 de 4,10% para 3,90%.
Segundo ele, o avanço marginal estimado para março deve ser resultado do tradicional reajuste da alíquota do PIS/Cofins sobre a energia elétrica, assim como deve ser efeito da normalização de Alimentação, que não deve manter o mesmo ritmo de queda observado em fevereiro, de 0,29%. Em janeiro, a taxa do segmento fora de 1,23% em janeiro e de -0,07% na terceira quadrissemana do mês passado.
“Na ponta pesquisas mais recentes, os in natura não estão com recuo tão intenso”, diz ele, lembrando que vários segmentos estão com taxas mais brandas em 12 meses e é normal começarem a se normalizarem. As hortaliças e legumes saíram de alta de 1,43% na terceira quadrissemana para queda de 1,16% na última leitura do mês. Picchetti acrescenta ainda que a trajetória de aumento de Alimentação deve ser bem suave ao longo do ano e ainda não está acontecendo.
Para o índice de fevereiro, o coordenador do IPC-S destaca a contribuição da queda dos alimentos para a desaceleração observada. “Foi o principal grupo a permitir o alívio e foi algo disseminado entre os produtos alimentícios.” Desse modo, esse arrefecimento espalhado permitiu o Índice de Difusão a cair abaixo de 50% no mês (49,1%) pela primeira vez desde agosto de 2017 (44,12%), reforçando a dinâmica de desinflação. Em janeiro, a difusão foi de 70%.
Além da contribuição principal do declínio em hortaliças e legumes, Picchetti citou a influência de carne bovina, que aumentou a deflação de 1,59% para 1,90% entre a terceira e a quarta quadrissemana, de laticínios (0,29% para -0,26%) e de frutas (0,66% para -0,45%).
Em março, ao contrário dos alimentos, os combustíveis devem contribuir para baixo no IPC-S, aponta Picchetti. A expectativa do coordenador do índice é siga em desaceleração preços da gasolina, que passou de 2,09% na terceira quadrissemana para 1,85% na última leitura do mês, e do etanol (2,53% para 2,86%). “As pesquisas mais recentes mostram aumento em torno de 1% de cada um.”
