A disparada no preço do limão perdeu força e isso ajudou a diminuir as taxas de inflação no varejo das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Hoje, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) regional de até 15 de setembro nas sete capitais pesquisadas para cálculo do indicador. No Rio, a taxa do índice recuou de 0,40% para 0,39%; e em São Paulo, passou de 0,91% para 0,76%, entre a primeira e a segunda quadrissemana de setembro. “Com o preço do limão subindo menos, isso acabou favorecendo o resultado de inflação nas duas cidades”, explicou o economista da FGV, André Braz.
O técnico informou que, em São Paulo, a taxa de variação de preços do limão saiu de 193,58% para 152,75% e, no Rio de Janeiro, recuou de 171,45% para 135,83%. “Somente em São Paulo, o limão foi responsável por 63% da taxa do IPC-S na cidade”, acrescentou o economista. Ele comentou que o período de entressafra do produto este ano foi muito intenso, com um recuo expressivo na oferta da fruta no mercado interno. De acordo com o especialista, em agosto, o preço do limão subiu 143%, a mais forte elevação mensal desde o Plano Real, em 1994. “Além da entressafra, podem ter ocorrido problemas com chuvas”, afirmou o economista. Braz comentou que o preço do limão pode continuar a desacelerar até o final do mês, o que deve contribuir para reduzir ainda mais a taxa do IPC-S no Rio e em São Paulo nas próximas duas quadrissemanas.
Ele comentou que há previsão de impacto de tarifas públicas nos próximos resultados do IPC-S nas duas capitais, devido ao reajuste na tarifa de telefonia fixa no País, e o reajuste na tarifa de água e esgoto residencial em São Paulo. “Mas os efeitos destes reajustes de tarifas (na inflação do varejo) serão discretos”, disse, comentando que os aumentos não devem ser expressivos ao ponto de elevar significativamente a taxa dos índices inflacionários nas duas cidades.