IPC-Fipe: alta da luz contribui para inflação em SP

A elevação do grupo Habitação na cidade de São Paulo, que inclui os preços de aluguel e energia elétrica, entre outros, pesou mais que os alimentos na composição que determinou a alta de 0,35% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) na primeira quadrissemana do mês (últimos 30 dias encerrados em 7 de agosto), segundo informou hoje a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

O conjunto de serviços e preços da Habitação apresentou elevação média de 0,55% no município, ante a variação de 0,23% observada no encerramento do mês de julho. Com isso, o grupo contribuiu com um aumento de 0,18 ponto porcentual para a alta do IPC, contra uma participação de 0,09 ponto porcentual do grupo Alimentação.

O principal motivo de Habitação tomar o espaço de contribuição da Alimentação é o início do período de maior captação, pelo IPC, do reajuste de 12,96% que a Eletropaulo fez, ainda em 4 de julho, na tarifa de energia elétrica dos consumidores da região metropolitana de São Paulo. Ao contrário do que ocorre com outros indicadores, o impacto dos reajustes de tarifas públicas no índice da Fipe não é imediato. A metodologia do instituto faz com que os aumentos sejam absorvidos pelo IPC apenas quando os consumidores recebem a conta em casa para o pagamento do serviço.

Como a entrega das contas com o reajuste é feita de maneira gradual e os vencimentos são diferentes, a tendência é de o IPC capte pressões maiores para o grupo Habitação a cada divulgação de dados nas quadrissemanas de agosto. Na primeira medição do mês, o item Energia Elétrica apresentou taxa positiva de 3,92%, bem mais que o 1,38% do encerramento de julho. No grupo Alimentação, a alta menor da primeira quadrissemana teve importante influência do subgrupo Semielaborados, cuja taxa passou de 1,56%, no final de julho, para 0,11%.