Os paranaenses terão que aguardar até maio para ter dados concretos sobre o impacto nos preços dos cerca de 95 mil produtos atingidos pelas alterações no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que entram em vigor, no Estado, a partir de amanhã.
O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) informou, ontem, que a pesquisa da variação dos valores dos itens será divulgada mensalmente, junto com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação em Curitiba.
Segundo o coordenador de pesquisas periódicas do Ipardes, Gino Schlesinger, a intenção da pesquisa é acompanhar se houve repasse da redução da alíquota no preço final dos produtos contemplados pela nova lei.
Caso não haja diminuição nos preços para os consumidores, a lei pode ser revogada em seis meses. Para Schlesinger, ainda é difícil prever qual será a variação dos preços no primeiro mês das novas alíquotas.
“O impacto vai depender do tipo de produto, dos estoques das empresas, do comportamento do mercado e da demanda”, explica. “Mas é de se esperar que [as reduções] aconteçam”, completa.
O levantamento, de acordo com o Ipardes, será feito por amostragem e terá 95% de confiabilidade. A variação será medida e divulgada em sete grandes grupos: alimentos e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transporte e comunicação, saúde e cuidados pessoais e despesas pessoais.
Schlesinger explica que grande parte dos produtos abrangidos pela medida já são pesquisados regularmente. Das 60 mil cotações feitas para medir o índice de inflação, cerca de metade são produtos contidos na nova Lei do ICMS.
As mudanças no ICMS envolvem uma redução de 18% para 12% na alíquota do imposto, sobre uma série de bens de consumo, como alimentos, medicamentos, produtos de higiene, vestuário e eletrodomésticos, e aumento nas alíquotas de produtos como a gasolina e o álcool anidro – de 26% para 28% -, e energia elétrica, telefone, bebidas e cigarros – de 27% para 29%.