A queda do índice de difusão, ou do porcentual que mede o quanto a alta de preços está espalhada, no Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de fevereiro é um fato positivo, avaliou nesta sexta-feira, 21, o economista-chefe da INVX Global Partners, Eduardo Velho. “Mas de qualquer modo ainda é muito elevado para reduzir as preocupações com a inflação”, acrescentou.
O indicador de difusão caiu para 70,4% no IPCA-15 deste mês, de 75,1% em igual dado do mês anterior, destacou o economista. A trajetória é inversa a do dado cheio, que acelerou a alta para 0,70%, de 0,67%, na mesma comparação.
Velho, da INVX Global Partners, destacou que os reajustes sazonais do grupo Educação deram contribuição de alta para o IPCA-15 de fevereiro. “Por outro lado, as deflações dos grupos Vestuário e de Transportes evitaram uma inflação superior a 0,75%”, afirmou.
“Esperamos desaceleração da inflação no fechamento do IPCA neste mês, com a segunda quinzena de coleta de preços de fevereiro apontando reversão da alta em Educação e continuidade da desaceleração da inflação dos alimentos em relação à variação de janeiro deste ano”, previu o economista. Sua estimativa para a inflação no fim do mês é de 0,65%.
Para Velho, apesar de a aceleração do IPCA-15 e resultado acima da mediana, além da aceleração dos núcleos do indicador, terem um impacto de alta moderada nos juros futuros de curto prazo, as apostas de redução do ritmo da alta da Selic para 0,25 pp na semana que vem devem continuar a predominar. “A alta dos índices de preços ao consumidor no primeiro bimestre tem um componente sazonal relevante e, nesse sentido, o Bacen não balizará sua decisão de política monetária em função da alta de 0,03 pontos percentuais do IPCA-15, de 0,67% em janeiro para 0,70% em fevereiro”.