Brasília – Os investimos públicos no primeiro semestre somaram R$ 7,341 bilhões, um crescimento de 22% em relação ao mesmo período do ano passado. Desse total, R$ 5,417 bilhões referem-se a restos a pagar do orçamento do ano passado.
De acordo com o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, os números revelam uma melhora no perfil dos gastos públicos, porque estão aumentando as despesas com investimentos e diminuindo as com custeio da máquina (viagens, contas etc). "Toda vez que o investimento cresce mais que o custeio significa um elemento positivo", afirmou.
Outro dado analisado com entusiasmo pelo secretário é que as despesas, embora elevadas, estão crescendo menos que as receitas. "O ritmo de crescimento de despesa mostra uma evolução positiva, ou seja, é menor do que as receitas e é menor do que já foi nos primeiros meses do ano passado".
Segundo relatório do Tesouro Nacional referente às contas do mês de junho, enquanto o aumento das receitas foi dois pontos percentuais maior que o crescimento observado entre 2005 e 2006, no caso das despesas houve uma diminuição de um ponto percentual no ritmo de crescimento. No primeiro semestre deste ano as receitas subiram 13,1% na comparação com o primeiro semestre de 2006, contra crescimento de 11,1% registrados no ano passado em relação a 2005. A velocidade de crescimento das despesas foi menor, passando de 13,9% entre 2005 e 2006 para 12,7% no primeiro semestre deste ano.
"A tendência de médio e longo prazos é uma despesa crescendo bem menos do que as receitas", disse.
O aumento das despesas de custeio e capital – nas quais estão incluídos os investimentos ?, que no primeiro semestre de 2006 havia sido de 16,5%, este ano, até junho, foi de 13%. Só que, de acordo com o secretário, houve redução nas despesas de custeio e aumento de investimentos.
Já os gastos com pagamento da folha de pessoal aumentaram mais este ano no ano passado. Saiu de 11,4% no ano passado para 12,8% este ano. Isso se explica, segundo o secretário, pela readequação de carreiras, que elevou os salários de alguns servidores.
"A tendência é que este tipo de evolução não mais seja o mesmo e os próprios números do início do ano mostram isso. Feita a readaquação, possivelmente isso deixa de impactar".
Ao detalhar os números das contas do governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central), Augustin afirmou que o superávit primário (economia para pagar os juros da dívida) de R$ 43,9 bilhões "está em linha" com a meta de superávit para este ano, de R$ 53 bilhões (somente para o governo central). Na verdade, em junho o superávit já ultrapassou em R$ 200 milhões o volume previsto para o mês de agosto.