Os investimentos em infraestrutura no País começam a sair do “fundo do poço” neste ano e devem ganhar força a partir de 2018, conforme previsões divulgadas nesta quinta-feira, 11, pela consultoria Inter.B, especializada no assunto.

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Após recuar 20% nos últimos dois anos, chegando a R$ 105,9 bilhões – ou 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) – em 2016, esses investimentos devem alcançar R$ 113,5 bilhões neste ano, o que corresponde a uma alta de 7,2%. Para o ano que vem, a expectativa é que avancem mais 19,7% e cheguem a R$ 135,9 bilhões, aproximando-se dos 2% do PIB.

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Cláudio Frischtak, presidente da consultoria, diz que os recursos de projetos licitados desde o fim do ano passado, entre linhas de transmissão, aeroportos e rodovias estaduais, começam a aparecer no segundo semestre. A partir de 2018, eles se somam a outros que virão do programa de concessões.

Apesar disso, a parcela investida seguirá abaixo do necessário para repor o desgaste dos ativos e manter o padrão dos serviços – 2,4% do PIB -, assim continuarão como muito longe dos 5,5% do PIB necessários para modernizar a infraestrutura do País.

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Nesta quinta-feira, ao participar de debate sobre o tema em congresso promovido pela Anbima na capital paulista, Frischtak disse que o Brasil precisará de, no mínimo, 20 anos para modernizar sua infraestrutura. Tendo em vista que serão necessários pelo menos cinco governos para eliminar o déficit em infraestrutura, ele salientou a necessidade de os investimentos na área se tornarem uma política de Estado.

A boa notícia, disse o consultor, é que o excesso de demanda por serviços de infraestrutura oferece grandes oportunidades de investimento e as reformas em curso, inclusive as que estão atualizando marcos regulatórios, estão ajudando a melhorar o ambiente de negócios. “A cada dois dias vemos alguma mudança importante”. Como exemplo, Frischtak citou a nova legislação dos portos, um “megaestímulo”, segundo ele, a investimentos no setor.

Esse aspecto, conforme Frischtak, é fundamental porque os investimentos privados terão que ser acelerados para compensar a queda nos investimentos públicos, dado o ajuste fiscal não apenas na União, mas também em governos estaduais. O setor público, segundo dados da Inter.B, responde por 46% dos investimentos em infraestrutura no Brasil.

De acordo com Frischtak, no novo contexto, fundos de investimento, operadores e investidores de longo prazo vão ocupar o espaço dos investidores tradicionais: estatais, empreiteiras (as maiores enredadas pela Lava Jato) e os governos federais e estaduais.