As limitações da atual malha ferroviária do País e a precariedade de muitos trechos têm relação direta com o baixo investimento feito pelo setor público neste meio de transporte, nos últimos anos. Pesquisa divulgada nesta terça-feira (15), pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), aponta que os investimentos realizados pelo setor público entre 2006 e 2014 chegaram a R$ 12,93 bilhões, de um total de R$ 19,16 bilhões autorizados. Neste mesmo período, os desembolsos feitos pelas concessionárias de ferrovias chegaram a R$ 33,51 bilhões.
O levantamento aponta que a produção ferroviária (toneladas transportadas por quilômetro) cresceu 28,9%, entre 2006 e 2014, mas uma série de restrições operacionais prejudicam o setor. Em áreas urbanas, segundo a CNT, os trens chegam a reduzir em oito vezes a velocidade, de 40 km/h para 5 km/h.
Há pelo menos 355 invasões de faixas de domínio – aglomerações às margens das ferrovias, que surgiram na implantação e na gestão da extinta RFFSA, em 1996. A pesquisa também identificou 279 passagens em nível críticas.
O Plano CNT de Transporte e Logística 2014 apontou a necessidade de investimentos da ordem de R$ 281,7 bilhões em 213 obras ferroviárias. No ritmo atual, calcula a instituição, seriam necessários mais de 54 anos para concluir os projetos previstos no plano.