Os investimentos no mundo podem atingir novo recorde em 2007, superando a marca de 2000. As estimativas são da ONU que, em seu relatório anual sobre investimento, prevê um fluxo que pode chegar entre US$ 1,4 trilhão e US$ 1,5 trilhão. Em uma pesquisa com empresas, 66% delas disseram que vão aumentar os investimentos nos próximos dois anos. A ONU, porém, não descarta que a instabilidade financeira possa frear o crescimento.
Em 2006, os investimentos no mundo chegaram a US$ 1,3 trilhão, próximo do recorde de US$ 1,4 trilhão registrado em 2000. A alta nos preços de commodities, crescimento econômico, aquisições e os lucros das empresas explicam a alta de 38% em relação a 2005. O ano de 2006, portanto, foi o terceiro ano seguido de crescimento nos fluxos.
Para este ano, o cenário ainda é positivo, ainda que as incertezas estejam deixando os analistas cautelosos. Só no primeiro semestre, o valor das aquisições aumentou em 58%, atingindo US$ 581 bilhões.
O secretário-geral da ONU para o Desenvolvimento e Comércio (Unctad), Supachai Panitchpakdi, estima que a tendência não deve se repetir com a mesma força nos últimos seis meses do ano e o próprio fluxo para os países ricos deve ser mais moderado. "Estamos em um difícil momento de ajuste cíclico. As condições financeiras ainda mostram liquidez e não temos razão para pensar que a queda possa ser grande", afirmou. Segundo ele, a busca por recursos naturais e a entrada de novos países entre os investidores deve compensar quedas dos países ricos.
A realidade é que nunca entrou tanto dinheiro nos mercados emergentes: US$379 bilhões em 2006, 21% acima do volume de 2005. Outros US$ 69 bilhões foram para as economias em transição, o que representa um aumento de 68% em relação ao ano anterior.
Entre os mercados emergentes, os maiores receptores em 2006 foram China, Hong Kong e Cingapura. A China, porém, registrou pela primeira vez uma queda em seus investimentos nos últimos sete anos. A redução foi marginal, de US$72 bilhões para US$ 69 bilhões.
A Ásia, porém, continua sendo o destino preferido dos investimentos, com um recorde de US$ 260 bilhões. De cada três dólares investidos nos mercados emergentes, dois vão para a Ásia. A América Latina vem em segundo lugar, com US$ 84 bilhões. Os africanos também tiveram um ano recorde, com US$ 36 bilhões graças à busca de empresas por recursos naturais.
Entre os países ricos, o maior receptor foi os Estados Unidos, com US$ 175 bilhões, seguido por Reino Unido, França e Bélgica. O Leste Europeu também registrou um recorde de investimentos, somando US$ 39 bilhões. No total, os investimentos para os mercados ricos cresceram em 45% em 2006 para US$ 857 bilhões.