Acompanhando a retomada da atividade europeia, puxada pelo vigor da maior economia da região, a Alemanha, os investimentos produtivos atingiram no fim do ano passado a maior robustez desde a crise financeira internacional iniciada em 2008. Dados da agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat, revelam que a taxa de investimentos na zona do euro chegou a 23,5% no último trimestre de 2016, um salto ante o patamar de 22,0% visto três meses antes.

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De acordo com a agência oficial de estatísticas, um porcentual tão robusto quanto esse havia sido registrado pela última vez no terceiro trimestre de 2008, de 23,9%. Em setembro daquele ano, a maior crise financeira global foi desencadeada com a quebra do banco americano Lehman Brothers e nunca mais a zona do euro tinha passado por uma fase de investimentos tão robusta, com a taxa de investimentos oscilando entre 20% e 22% trimestre a trimestre desde então. No último trimestre de 2015, o porcentual estava em 21,8%.

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O crescimento nominal da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede os investimentos, no quarto trimestre do ano passado em relação aos três meses imediatamente anteriores foi de 8%, uma taxa nunca antes registrada pela Eurostat desde que começou a fazer o levantamento, no primeiro trimestre de 2005 – o dado já está ajustado sazonalmente.

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A força deste número também é explicada pela baixa base de comparação, já que, de julho a setembro, a FBCF havia registrado queda na margem. O maior crescimento verificado nesses termos comparativos desde 2005 havia sido de 3,6% no segundo trimestre de 2010, quando a turbulência internacional começa a dar sinais de diminuição.

E não foi apenas a aplicação de recursos no setor produtivo que cresceu ao final do ano passado, o lucro das empresas instaladas na região composta por 19 países também subiu ante o trimestre anterior, ainda que com menor vigor. De outubro a dezembro do ano passado ficou em 41,0% ante 40,7% de três meses antes e de 40,6% do último trimestre de 2015. Para chegar aos números, a Eurostat informou que cruzou informações de seu banco de dados com as do Banco Central Europeu (BCE). (Célia Froufe, correspondente – celia.froufe@estadao.com)