A recuperação da atividade econômica levou empresas de setores voltados ao mercado doméstico a retomarem projetos de investimento que ficaram engavetados durante a crise financeira mundial. Pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) com 1.232 empresas em todo o País indica que a indústria de transformação vai investir este ano R$ 151,9 bilhões em máquinas, equipamentos, instalações, gestão, inovação e pesquisa e desenvolvimento (P&D). O valor é 26,4% maior que os R$ 120,2 bilhões de 2009.
Só para máquinas e equipamentos, deverão ser destinados R$ 92,7 bilhões, 14,6% mais que no ano passado (R$ 80,9 bilhões). Com base nesse número, a Fiesp estima que a taxa de investimento atingirá 18,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010. Para a Fiesp, isso seria suficiente para garantir crescimento do PIB superior a 5,5% no ano, o que tornaria desnecessária a elevação da taxa básica de juros (Selic) esperada pelo mercado e já sinalizada pelo Banco Central.
Normalmente, seria necessário alcançar taxa de investimento de 25% do PIB para que a economia pudesse crescer acima de 5,5% sem provocar pressões inflacionárias. Com a crise, no entanto, boa parte das empresas, segundo a Fiesp, ainda trabalha com folga de capacidade, por causa da queda das exportações. “A volta dos investimentos, dos turnos desativados e das horas extras garante o atendimento da demanda com crescimento de 5,5%”, afirma o diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, que coordenou a pesquisa.