O World Investment Report (WIR) 2007, da Conferência da Organização das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad), será divulgado na próxima terça-feira e deve mostrar que o investimento global cresce de US$ 1,2 trilhão em 2006 para US$ 1,4 trilhão em 2007, segundo projeção do presidente da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica), Luis Afonso Lima. A Sobeet será responsável pela divulgação dos dados no Brasil.
Já o Investimento Externo Direto (IED) no Brasil deve passar de US$ 18,5 bilhões para US$ 34 bilhões, segundo Lima, um incremento de 84%, muito acima da alta mundial em termos porcentuais. Será um volume recorde e, de acordo com o presidente da Sobeet, o mais interessante é que a alta acontece sem que nenhuma privatização tenha sido feita. Há ainda outra peculiaridade no investimento direto que tem chegado ao Brasil. Ao contrário do mundo, onde os serviços lideram o IED, aqui é a indústria que mais atrai o capital direto externo, puxado por fusões, aquisições e aumento de produção nos setores químico, metalúrgico e automobilístico.
"Agora, com a economia dos Estados Unidos desacelerando, a média do crescimento mundial tende a arrefecer, e como o Brasil pode superar essa média, o investidor vê o Brasil como uma oportunidade maior do que em seu país de origem", afirmou o economista. Para 2008, o IED, segundo a Sobeet, deve ficar entre US$ 34 bilhões e US$ 41 bilhões, provavelmente compensando em parte a queda prevista de US$ 10 bilhões no saldo da balança comercial. Concretizadas essas projeções, o câmbio deve se manter no patamar entre R$ 1,80 e R$ 1,90.