O crescimento do investimento estrangeiro direto (IED) na China desacelerou fortemente em termos anuais pelo segundo mês seguido em agosto, de acordo com dados divulgados hoje pelo Ministério do Comércio. Economistas disseram, porém, que uma distorção estatística teve grande papel no resultado e que as flutuações mensais não refletem uma tendência global. A China atraiu o equivalente a US$ 7,6 bilhões em IED em agosto, com alta de 1,38% sobre o total de um ano antes. Em julho, o país havia recebido US$ 6,92 bilhões, o que representou crescimento de 29,2% ante o mesmo mês de 2009, uma rápida desaceleração do crescimento de 39,6% verificado em junho.

continua após a publicidade

No acumulado de janeiro a agosto, o total foi 18,06% maior que o do mesmo período do ano passado e chegou a US$ 65,96 bilhões. O crescimento foi menor que os 20,65% do acumulado de janeiro a julho. A divulgação dos dados ocorre dois dias depois que o premiê chinês, Wen Jiabao, prometeu que os empresários estrangeiros na China serão tratados de forma justa.

O comentário foi uma das respostas mais diretas dadas por Pequim às preocupações sobre suas políticas em relação aos executivos internacionais. Nos últimos meses, companhias estrangeiras que operam na China têm se queixado da inconsistência das regras e das regulações do governo, do favorecimento às empresas locais e da insuficiente proteção à propriedade intelectual.

Os números do investimento direto estrangeiro na China costumam flutuar significativamente de um mês para o outro, disse Wang Tao, economista da UBS Securities. Ela acrescentou, no entanto, que o investimento estrangeiro no país não deverá crescer fortemente no futuro, uma vez que a oferta de capital da própria China já é suficiente. “A China será mais seletiva na escolha do investimento estrangeiro”, afirmou. As informações são da Dow Jones.

continua após a publicidade