São Paulo – A Bovespa bateu o recorde histórico de investimentos estrangeiros em agosto, quando completou 113 anos de fundação. Nos oito primeiros meses deste ano, a entrada de recursos externos no pregão paulista atingiu cerca de R$ 3,4 bilhões – sendo quase R$ 1 bilhão apenas em agosto.
Esse saldo supera o recorde anterior de 1996, quando os estrangeiros aplicaram cerca de R$ 3,3 bilhões no ano inteiro. Em 2002, o indicador estava negativo, revelando uma fuga de recursos de R$ 1,4 bilhão, devido à cautela com as eleições.
A volta do dinheiro externo para o pregão paulista ocorreu de forma lenta e começou em outubro do ano passado, quando os estrangeiros trouxeram só R$ 165,4 milhões após o PT reforçar o compromisso de manter a política econômica do governo FHC.
Em agosto, o ingresso de recursos externos se acelerou com o avanço das reformas tributária e da Previdência no Congresso, com o corte do juro acima do esperado, além do otimismo com a retomada do crescimento da economia dos EUA.
Os estrangeiros responderam, em agosto, por 23,7% do giro da Bolsa. Eles formam o 3.º maior grupo de aplicadores, atrás de investidores institucionais (fundos de pensão, seguradoras e outros, com 29,8%) e pessoas físicas (24,7%).
Pregão
Atualmente, existem 380 empresas com ações negociadas na Bovespa. Juntas, elas valem cerca de US$ 174 bilhões. Entre as maiores, estão Petrobras (US$ 23,5 bilhões), Vale do Rio Doce (US$ 14 bilhões), Itaú (US$ 8,3 bilhões), AmBev (US$ 8 bilhões) e Bradesco (US$ 6 bilhões).
Apesar de o recorde de investimento estrangeiro ser considerado um fato positivo, alguns analistas lembram que os recursos externos podem deixar o pregão, a qualquer momento, pois visam, em geral, o lucro de curto prazo e se movem na direção dos países que oferecem a chance de maior retorno. Por enquanto, o Brasil é a bola da vez. No bom sentido.
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