São Paulo – Investimento em inovação – pesquisa e desenvolvimento (P&D) – é garantia de maior competitividade, valor ao produto e mais faturamento. A aprovação da Medida Provisória 255 e a regulamentação da Lei de Inovação seriam um sinal de que o ambiente é estratégico. No entanto, alguns impedimentos ainda fazem com que empresas deixem de investir nessa área. Enquanto países desenvolvidos chegam a investir 3% do PIB, o Brasil não sai da casa do 1%. Essas questões estão sendo discutidas no 1.º Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, em São Paulo. O evento se encerra hoje, com a elaboração de um documento com propostas para o setor.
Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Sebrae com 743 empresas no Brasil mostra que 81,2% têm intenção de investir em pesquisa e desenvolvimento. Desse total, 74,7% são micro e pequenas empresas. Apesar dessa disposição, o lance não é muito alto. A maioria das empresas (63,5%) afirma que o investimento em P&D não passará de 2% do faturamento.
Somente a cidade de São Paulo representa mais da metade do poder de inovação do País. Na área, a capital paulista está em primeiro lugar. Porém, a capital paranaense não está muito atrás. Mesmo que os investimentos ainda sejam tímidos, segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), a Região Metropolitana de Curitiba é o segundo centro mais dinâmico em inovação no País. A segunda região do Paraná, entre as 15 do Brasil seria Londrina. ?Em Curitiba, temos cerca de 4 mil empresas atuando na área de tecnologia, o que é um bom sinal. Geralmente são empresas pequenas, o que nos mostra que existe no Estado empresas com esta cultura.Essa aptidão já está presente na Região Metropolitana de Curitiba?, afirmou Rodrigo da Rocha Loures, que também coordena o evento em São Paulo.
Exemplo
A empresa curitibana de automação comercial, Bematech, após dois anos e meio em incubação tecnológica, entrou no mercado, em 1992, com um faturamento de apenas R$ 200 mil. Em 2004, esse valor chegou a R$ 100 milhões e atualmente já está em R$ 140 milhões. A empresa investe 6,5% da receita em inovação. ?O que sabemos é que, em um ciclo de seis anos, o faturamento cai a zero se não houver lançamento de novos produtos. O retorno desse investimento a gente mede em pontos de faturamento na venda desses novos produtos?, explica o diretor da empresa, Wolney Betiol.
Para o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, uma medida urgente para alavancar o incentivo ao investimento em inovação seria ?estabelecer maior incentivo fiscal e maior cooperação das instituições de pesquisa. Criar um enlace maior. A elaboração de uma agenda é crucial para melhorar o padrão de inserção da economia nacional. Precisamos da maior exposição da indústria brasileira?, conclui.