Os Investimentos Diretos no País (IDP) foram suficientes para cobrir o rombo nas contas externas. Segundo informações divulgadas nesta quarta-feira, 22, pelo Banco Central, esses recursos trazidos por estrangeiros e que são destinados para o setor produtivo somaram US$ 5,397 bilhões em junho enquanto o rombo nas contas externas ficaram em US$ 2,547 bilhões.

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O resultado ficou acima das estimativas apuradas pelo AE Projeções com instituições financeiras, que iam de US$ 1,2 bilhão a US$ 5,2 bilhões, com mediana de US$ 4,4 bilhões. Pelos cálculos do Banco Central, o IDP de junho ficaria em US$ 4 bilhões. A estimativa da autarquia foi feita com base nos números até 18 de junho, quando o País havia recebido US$ 2,8 bilhões em recursos externos.

Quando anunciou a mudança de metodologia, o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, enfatizou que houve uma profunda alteração nas estatísticas dessa conta por causa da alteração de conceito relativo a empréstimos intercompanhias. O IDP também deve ser mais volátil do que o antigo IED, de acordo com o técnico. Ele deu como exemplo uma captação externa de US$ 10 bilhões feita por uma subsidiária de uma empresa brasileira no exterior. Antes, essa captação transferida pela subsidiária para a matriz brasileira era considerada como empréstimo de amortização de capital. Agora, é computada como IDP dentro do conceito de “internacionalização” de recursos de “fora para dentro”.

No acumulado dos últimos 12 meses até junho deste ano, o saldo de IDP ficou em US$ 81,868 bilhões, o que representa 3,84% do Produto Interno Bruto (PIB). No primeiro semestre de 2015, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo soma US$ 30,918 bilhões.

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Com a mudança, o Banco Central introduziu nas estatísticas o conceito de “lucros reinvestidos” – que ocorre quando uma empresa obteve um lucro e decide manter esses recursos no Brasil ao invés de repatriá-lo para a matriz. Essa nova conta tem impacto no registro de IDP, mas não afeta o fluxo cambial. Em junho, os lucros reinvestidos ficaram negativos em US$ 525 milhões.

Viagens internacionais

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Mesmo com a alta superior a 43% do dólar ante o real nos últimos 12 meses, a conta de viagens internacionais continuou a registrar déficit em junho. No mês passado, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil deixou um saldo negativo de US$ 1,203 bilhão. De acordo com o BC, o volume é similar ao de igual mês do ano passado, quando o déficit nessa conta era de US$ 1,204 bilhão.

O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior que somaram US$ 1,649 bilhão em junho. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 445 milhões no mês passado. No acumulado do ano até junho, o saldo líquido dessa conta ficou negativo em US$ 6,996 bilhões. Em igual período do ano passado, esse valor era de US$ 8,859 bilhões.