Os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 5,246 bilhões em agosto, segundo informou nesta terça-feira, 22, o Banco Central. Com isso, o resultado é mais do que o dobro do necessário para cobrir o rombo de US$ 2,487 bilhões verificado no mês.

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O resultado ficou muito acima das estimativas apuradas pelo AE Projeções (serviço especializado da Agência Estado) com instituições financeiras, que iam de US$ 3 bilhões a US$ 3,6 bilhões, com mediana de US$ 3,450 bilhões.

Pelos cálculos do Banco Central, o IDP de maio ficaria em US$ 3 bilhões. A estimativa da autarquia foi feita com base nos números até 21 de agosto, quando o País havia recebido US$ 1,8 bilhão em recursos externos.

Em abril, o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, enfatizou que, com a nova metodologia, houve uma profunda alteração nas estatísticas dessa conta por causa da alteração de conceito relativo a empréstimos intercompanhias. O IDP também deve ser mais volátil do que o antigo Investimento Estrangeiro Direto (IED), de acordo com o técnico.

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Nos primeiros oito meses de 2015, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo soma US$ 42,169 bilhões. No acumulado dos últimos 12 meses até agosto deste ano, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 73,632 bilhões, o que representa 3,78% do Produto Interno Bruto (PIB).

Investimento em ações

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De acordo com o Banco Central, o investimento estrangeiro em ações brasileiras ficou negativo em US$ 917 milhões em agosto. Em igual mês do ano passado, o resultado havia sido positivo, de US$ 1,610 bilhão. Nos primeiros oito meses do ano, o saldo está no azul em US$ 10,127 bilhões

Já o saldo de investimento estrangeiro em títulos de renda fixa negociados no País ficou positivo em US$ 741 milhões em agosto e em US$ 18,719 bilhões no acumulado de 2015 até o mês passado. Em agosto do ano passado, essas aplicações somavam US$ 3,986 bilhões e, no acumulado dos primeiros oito meses de 2014, US$ 28,694 bilhões. O saldo do ano foi de US$ 27,068 bilhões.

O aumento da procura por esses títulos teve início em junho de 2013, quando o governo zerou o Imposto sobre Operações Financeira (IOF) sobre esse tipo de aplicação. Mais recentemente, o ciclo de aperto monetário aumentou o diferencial de juros entre o Brasil e o restante do mundo, tornando as aplicações brasileiras de renda fixa mais interessantes para os estrangeiros.

Taxa de rolagem

O BC informou também que a taxa de rolagem de empréstimos de médio e longo prazos captados no exterior ficou em 171% em agosto ante 97% de julho. Esse patamar significa que houve valor suficiente para honrar compromissos das empresas no período, com uma pequena sobra. O resultado ficou bem acima do verificado em agosto do ano passado, quando a taxa havia sido de 58%.

De acordo com os números apresentados hoje pelo BC, a taxa de rolagem dos títulos de longo prazo, que até a nota apresentada em abril com números de março tinham a nomenclatura de “bônus, notes e commercial papers” ficou em apenas 63% em agosto. Em igual mês de 2014 havia sido de 41%. Já os empréstimos diretos conseguiram uma cobertura de 215% no mês passado ante 73% de agosto do ano passado.

No acumulado dos primeiros oito meses do ano, a taxa de rolagem total ficou em 102%. Os títulos de longo prazo tiveram taxa de 53% e os empréstimos diretos, de 116% no período.