O chefe do departamento econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, informou nesta terça-feira, 26, que o Investimento Direto no País (IDP) registra saída de US$ 1,7 bilhão em julho, até o dia 22, em função, principalmente, de operação envolvendo bancos. “Tivemos operação no mercado financeiro, envolvendo bancos, que concentrou esta saída”, comentou.

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Questionado se a operação de compra do HSBC Brasil pelo Bradesco, finalizada no fim de junho, seria o motivo para o impacto registrado no IDP do mês, Maciel afirmou que a instituição não comenta operações específicas.

Os números discriminados referentes ao mês de julho constarão na próxima divulgação dos dados de contas externas. Para julho como um todo, Maciel informou que o BC projeta saída de US$ 700 milhões no mês.

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No semestre encerrado em junho, Maciel chamou a atenção para o recuo nos preços de exportação, de 15%. Por outro lado, houve alta de 12% na quantidade exportada (quantum). Do lado das importações, Maciel destacou o recuo de 27,5% primeiros seis meses de 2016, fruto do câmbio (dólar em patamares ainda valorizados ante o real) e da atividade econômica fraca, que limita as compras de produtos de outros países.

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O diretor do BC também afirmou que a instituição prevê ritmo mais lento no ajuste de contas externas no segundo semestre. Para julho, a previsão é de um déficit em conta corrente de US$ 4,3 bilhões.

Fluxo cambial

O fluxo cambial total brasileiro em julho, até o último dia 22, está positivo em US$ 576 milhões, afirmou Maciel. O valor é resultado de um saldo comercial positivo de US$ 3,292 bilhões no período (exportações de US$ 10,362 bilhões e importações de US$ 7,070 bilhões) e de um saldo financeiro negativo de US$ 2,716 (compras de ativos de US$ 21,625 bilhões e vendas de US$ 24,341 bilhões).

Maciel também apresentou dados a respeito da posição à vista dos bancos em julho, até o dia 22. As instituições financeiras, segundo ele, estão com posição vendida de US$ 30,195 bilhões neste período. No encerramento de junho, os bancos estavam com posição vendida de US$ 30,766 bilhões.

Remessas

As remessas de lucros e dividendos, por exemplo, encerraram o período (até o dia 22 de julho) com envios de US$ 513 milhões.

O técnico do BC explicou que as remessas de lucro vêm registrando queda por causa do nível baixo da atividade econômica. “Menos atividade, menos rendimentos nas empresas, menos lucratividade para ser remetida ao exterior”, explicou.

Em julho, até o dia 22, a conta de viagens está negativa em US$ 755 milhões. Em relação às ações, há uma entrada de US$ 2,316 bilhões. Já para os títulos de renda fixa negociados no mercado doméstico, há saída de US$ 1,099 bilhão. A taxa de rolagem ficou em 44% no mês de julho, até o dia 22.

Maciel ressaltou ainda que o déficit na conta de serviços teve 27% de recuo no primeiro semestre, em relação ao mesmo período de 2015.