Os diretores da Nissan do Brasil negaram nesta quinta-feira (25) os rumores de que o investimento da empresa japonesa no Brasil já teria endereço certo. O Paraná segue com vários municípios no páreo, incluindo a capital e a Região Metropolitana de Curitiba. Um claro indicador de que as negociações seguem em pleno vapor foi a presença do secretário estadual de planejamento, Cassio Taniguchi no evento de divulgação do Inova Show, projeto itinerante da marca que está apresentando aos consumidores o carro elétrico Nissan Leaf e o modelo popular March em várias cidades do Brasil. Aliás, esse último, já será comercializado pelas concessionárias da Nissan em outubro deste ano.
Por ora, o modelo será fabricado no México. Mas tão logo entre em operação a nova planta brasileira da Nissan, cujas negociações sobre o local a ser instalado estão na reta final, os futuros modelos populares da marca serão fabricados no Brasil. “A nova fábrica da Nissan no Brasil deve produzir algo em torno de 200 mil veículos por ano”, afirma o diretor de relações institucionais da Renault Nissan, Antonio Candido P. Calcagnoto.
O foco na produção de veículos em um patamar de preço inferior ao trabalhado pela marca até agora, é a meta da empresa de ampliar sua participação no mercado brasileiro dos atuais 2% para 5% até 2014. “Cerca de 50% das vendas de automóveis no Brasil são de populares, daí a estratégia de investir no March, mas com o diferencial de segurança e um nível incomparável de equipamentos de segurança”, aponta o diretor de Marketing da Nissan do Brasil, Carlos Murilo Moreno. O popular japonês deve entrar no mercado brasileiro com uma faixa de preço variando entre R$ 30 e R$ 35 mil, para versões 1.0 e 1.6. Mas a empresa ainda trabalha para viabilizar uma política de lançamento ainda mais agressiva, que poderá deixar o carro mais básico da linha March com um valor ainda mais competitivo. “Em outubro o consumidor se surpreenderá com o produto que apresentaremos e os valores que vamos praticar”, garante Moreno. Antes do March, a linha Livina era a mais acessível do Nissan, com valores a partir de R$ 43 mil.
Mais japoneses
O secretário de Planejamento, Cássio Taniguchi, evitou falar das negociações com a Nissan, mas afirmou que além dos investimentos já anunciados por empresas do Japão, no momento, outras 10 indústrias estão negociando com o Paraná. Incentivos, localização da planta e infraestrutura portuária são os principais pontos tratados. Aliás, segundo o diretor de relações institucionais da Renault Nissan, Antonio Candido P. Calcagnoto, as dificuldades enfrentadas pela montadora no Porto de Paranaguá quase anularam a decisão da Renault de trazer a linha de produção do SUV Duster para o Paraná, cujo investimento está orçado em R$ 350 milhões. “O novo governo reabilitou nossa confiança de que a infraestrutura será melhorada”, explicou Calcagnoto.
Prova disso é que outro investimento do mesmo porte começou a ser estruturado pela Renault e nesta quinta-feira, aconteceu a primeira reunião entre a diretoria da Renault e o secretário estadual da Fazenda, Luiz Carlos Hauly.
