A segunda linha de produção da unidade da Eldorado Celulose localizada em Três Lagoas (MS), demandará cerca de R$ 10 bilhões a R$ 11 bilhões para a fábrica, floresta e complemento de logística. Para suportar esse investimento estimado, o presidente da companhia, José Carlos Grubisich informa, em entrevista exclusiva ao Broadcast, que haverá um aumento de capital com os acionistas atuais – J&F Participações, Petros e Funcef -, aportes de novos parceiros e linhas de crédito.

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Uma oferta pública de ações está descartada. “Não estamos pensando em IPO (Oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês), mas sim aumento de capital com os acionistas atuais”, diz Grubisich. Atualmente, a Eldorado Celulose tem como acionista controlador a J&F, com 80,9%, além dos fundos de pensão Funcef e Petros, com 8,53%, cada.

Um novo parceiro já está na mira da companhia, mas o executivo preferiu não dar detalhes, limitando-se a dizer que a Eldorado tem olhado fundos soberanos e de pensão, “que são os que podem participar de um projeto deste tamanho”.

O executivo explica que a “equação financeira” do projeto será definida de março a setembro deste ano, quando também será feita a cotação com fornecedores da tecnologia e equipamentos a serem instalados na fábrica. “Com a cotação dos fornecedores temos a avaliação final do projeto. Nossa estimativa hoje está na casa de R$ 10 bilhões a R$ 11 bilhões”. A projeção atual é superior à anterior da companhia, que girava em torno de R$ 8 bilhões.

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Segundo Grubisich, do total do investimento, R$ 4 bilhões virão do aporte de capital, tanto dos atuais acionistas como do novo parceiro, e R$ 7 bilhões de linhas de financiamento de longo prazo, como agências de crédito de exportação internacionais, do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (R$ 1,5 bilhão), FI-FGTS e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No caso do FI-FGTS, os valores serão direcionados para infraestrutura, saneamento básico e energia.

Em junho de 2014, a segunda linha de produção obteve a Licença de Instalação pelo Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (Imasul), que autoriza a ampliação da capacidade produtiva da unidade industrial. A etapa de engenharia básica também já foi iniciada no ano passado.

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Prevista para o fim de 2017 ou início de 2018, a segunda etapa da fábrica de Três Lagoas elevará a capacidade de produção atual de 1,7 milhão de toneladas de celulose por ano para 4 milhões de toneladas. Uma terceira linha de produção também está nos planos, segundo Grubisich, para 2021 ou 2022.