Investimento-anjo tem potencial de R$ 2,6 bilhões

Investidores-anjo têm potencial de R$ 2,6 bilhões para aportar em startups brasileiras até o fim de 2015, divulgou, na quarta-feira, 13, a associação Anjos do Brasil, durante a segunda edição do Congresso de Investimento Anjo. Em um levantamento feito em julho sobre o perfil desses investidores individuais que colocam recursos próprios em empresas iniciantes, a associação identificou que os 6.450 investidores-anjo existentes no mercado hoje pretendem investir quase R$ 339 mil individualmente entre este e o próximo ano, totalizando R$ 2,6 bilhões em intenção. O número é menor do que o da pesquisa do ano anterior, que previa uma intenção de US$ 3,1 bilhões para 2013 e 2014, em um cenário de 6.300 investidores.

“O que acontece é que temos um número grande de novos investidores no mercado, que são mais cautelosos e ainda estão avaliando oportunidades”, diz o presidente da associação Anjos do Brasil, Cássio Spina. Segundo o estudo, 49% do total de investidores ainda não realizou nenhum investimento.

Entre os que já operam no mercado, a média geral de investimentos até agora foi maior, de R$ 687 mil para dois projetos. No entanto, o relatório demonstra ainda uma disposição pequena desses investidores ao risco. A grande maioria (58%) declarou realizar aportes de, no máximo, R$ 100 mil; 25%, de até R$ 500 mil; 12%, até R$ 99 mil; e apenas 5% investem valores acima de R$ 1 milhão.

“Esses valores estão mais ou menos compatíveis com os do exterior. O investidor brasileiro ainda está aprendendo a fazer investimentos, mas também é mais reticente porque tem dificuldade de encontrar bons projetos”, diz Spina.

O relatório mostra que 61% dos anjos julgam a qualidade do projeto como fator essencial na hora de escolher uma startup para aplicar dinheiro; outros fatores são a perspectiva de saída/retorno do investimento (50%), receber a proteção jurídica de seu patrimônio (45%) e ganhar algum tipo de retorno fiscal ou tributário (15%).

Interesse

As startups nas áreas de TI são consideradas as mais atraentes para 60% dos investidores ; seguidas por empresas de aplicativos (56%), educação (54%), saúde e biotecnologia (48%) e comércio eletrônico (40%). “Tablets e computadores são campões de venda e é natural que isso gere mais oportunidades e interesse por parte dos investidores”, diz Spina.

A predominância masculina, que vem sendo amplamente discutida nas empresas de tecnologia, é ainda maior no mercado de investimento. Homens são maioria absoluta entre os anjos brasileiros (95%). “É difícil definir os motivos pelos quais isso acontece. É um grande desafio atrair mais mulheres”, diz Spina. No ano passado, a Anjos do Brasil criou o Mulheres Investidoras Anjo (MIA) para estimular a participação feminina nesse mercado.

A idade média desses investidores é de 43 anos, sendo 48% abaixo dos 39 anos. A maioria são empresários (49%), seguidos por executivos (23%), profissionais liberais (9%), investidores e gestores (11%). Eles dedicam, em média, 16,4% do seu tempo livre para as startups na quais investem. r)

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