A decisão anunciada pela Moody’s de colocar o rating brasileiro em revisão não é uma grande surpresa para os analistas do Deutsche Bank. O momento do alerta sobre a nota brasileira, porém, indica que o Brasil pode perder o título de bom pagador antes do esperado pelos economistas do banco alemão. O Deutsche calcula que gestores e fundos de todo o mundo teriam de desmontar posições de US$ 12 bilhões em bônus de bancos brasileiros com o downgrade, mas boa parte desse movimento já teria sido antecipada.

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“Muitas análises sugerem que não era uma grande surpresa dado que a Standard & Poor’s já tem o soberano do Brasil em BB+”, dizem os analistas do banco em análise enviada ontem aos clientes. O Deutsche destaca que os ativos brasileiros reagiram pouco depois da notícia, o que reforça a avaliação de que a decisão já estava embutida no preço. Uma das poucas reações foi o bônus de 10 anos que teve aumento do retorno de cerca de 8 pontos-base após a notícia.

O banco alemão nota, porém, que o momento da decisão deve indicar que o Brasil pode perder o título de bom pagador antes do previsto. “Nossos economistas de mercados emergentes destacaram que, nesse passo, parece que o Brasil vai perder o status de grau de investimento de pelo menos duas agências um pouco mais rápido que eles esperavam.”

Diante do risco cada vez maior de o País perder o grau de investimento, os economistas do banco calculam que cerca de US$ 12 bilhões em bônus emitidos por bancos brasileiros estariam em risco, já que o rebaixamento da nota brasileira normalmente é acompanhado pela piora da nota dos bancos e empresas do País. Quando duas agências de classificação de risco colocam um emissor em “grau especulativo”, a política de investimento dos fundos prevê que gestores são obrigados a vender tais ativos.

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“Os economistas ressaltam, no entanto, que o potencial de perda do grau de investimento tem sido bem sinalizada no mercado. Então, o atual posicionamento provavelmente já reflete isso”, cita o relatório. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.