Os investidores decidiram não esperar mais a conclusão da eleição francesa para voltar a colocar dinheiro na Europa. Eles já estão voltando ao mercado, apostando que a região finalmente se desvencilhou dos temores de turbulência política. Os mercados bolsistas locais tiveram sua melhor semana este ano após a primeira rodada da votação presidencial francesa e investidores aplicaram recursos em fundos de ações da região no maior ritmo desde 2015. O euro subiu 1,6% em relação ao dólar, em sua melhor semana desde julho do ano passado.

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Todo esse movimento acontece à medida que os investidores começam a olhar para além dos riscos políticos e se concentram na recuperação econômica do continente. “As pessoas estão começando a deixar de lado os riscos políticos europeus”, disse o gerente de portfólio da Janus Capital, George Maris. A economia e os números a respeito dos lucros estão se tornando mais evidentes agora na Europa, acrescentou.

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Os mercados de capitais europeus já estão refletindo grande parte desse otimismo, apesar dos acontecimentos políticos ainda por ocorrer e que antes envolviam os investidores – principalmente a votação final das eleições presidenciais e as votações na Itália e na Alemanha.

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O índice DAX da Alemanha alcançou um recorde nesta semana que se seguiu à votação na França, enquanto o índice Euro Stoxx 50 das ações da zona euro subiu 3,5%, com avanços na Europa liderados pelo setor bancário. Em termos de dólar, o índice Euro Stoxx 50 subiu quase 12% este ano, quase o dobro dos ganhos do S&P 500.

Os fundos de ações europeus registraram seus maiores fluxos desde dezembro de 2015, com entradas de US$ 2,4 bilhões na semana até 26 de abril, segundo dados da EPFR Global.

Os mercados da zona do euro subiram desde o primeiro turno das eleições presidenciais francesas, em 23 de abril, quando o centrista Emmanuel Macron ganhou mais votos do que a candidata de extrema-direita, Marine Le Pen, que prometeu tirar a França do euro, e de Jean-Luc Mélenchon, candidato de esquerda antiglobalização. Macron é visto agora como o favorito no segundo turno, em 7 de maio, quando enfrentará Le Pen.

Uma sólida vitória eleitoral para o establishment político holandês em março também acalmou os temores de uma queda no continente em direção ao nacionalismo que pesou sobre os preços dos ativos até o final deste ano.

Em vez de política, os investidores estão se concentrando em desempenho da economia e das empresas. Ao contrário dos anos anteriores, os analistas continuaram a aumentar suas projeções para o crescimento anual do lucro por ação na zona do euro, de acordo com J.P. Morgan. Os ganhos do primeiro trimestre no Stoxx Europe 600 deverão aumentar 5,5% em relação ao primeiro trimestre de 2016, de acordo com dados da Thomson Reuters.

Os investidores apontam para bons sinais da economia. A confiança das empresas e os indicadores de atividade nos setores de fabricação e serviços da zona do euro subiram para máximos em seis anos em abril, apesar da incerteza antes do voto francês. “O crescimento europeu é o melhor desde a crise financeira global”, disse Robert Waldner, estrategista-chefe da Invesco Fixed Income. “A combinação de condições financeiras favoráveis e uma economia sólida deve impulsionar os mercados de ações e de crédito na região”. Fonte: Dow Jones Newswires