Brasília
– A escassez de dólares no mercado interno, o enxugamento das linhas de crédito externas e a incerteza quanto à recuperação do crédito a curto prazo estão levando brasileiros e estrangeiros a acelerarem a retirada de dinheiro do país por meio das contas CC-5, as contas correntes em que os titulares depositam em reais mas podem convertê-los em dólares para remessa ao exterior, de forma lícita.Em setembro, a Receita Federal registrou um movimento atípico nessas contas. A retirada dos recursos que essas pessoas tinham no Brasil e mandaram para fora do país rendeu aos cofres públicos R$ 354 milhões – mais do que é arrecadado por mês com essas aplicações em Imposto de Renda Retido na Fonte.
Nos primeiros nove dias úteis de outubro, as remessas de dólares pelas CC-5 somaram US$ 567 milhões, um aumento de 950% em relação aos US$ 54 milhões do mesmo período do ano passado.
As contas CC-5, criadas no fim dos anos 60, permitem a movimentação de dólares com o exterior de pessoas físicas e de empresas. Todas as transferências ficam registradas no Banco Central, sendo garantidas por sigilo bancário. De janeiro a agosto, foram remetidos US$ 5 bilhões, sendo US$ 3 bilhões classificados como operações de empresas e pessoas físicas. Desse total, US$ 2,05 bilhões são de empresas e US$ 1,01 bilhão de pessoas físicas.
