O investidor não deve tentar fugir ou tirar proveito da instabilidade nos mercados alimentada pela crise política com as denúncias de corrupção contra Waldomiro Diniz, ex-assessor parlamentar ligado ao ministro José Dirceu, da Casa Civil. Quem já tem o dinheiro em algum investimento deve permanecer quieto onde está, sem fazer nenhuma movimentação por enquanto, sugere o consultor de investimentos Eduardo Santalúcia.

Ele comenta que o barulho na política pode até aumentar, com novos desdobramentos e mais sobe-e-desce nos mercados, mas lembra que a crise está e deve continuar restrita à área política. “Os fundamentos econômicos permanecem como estavam, estão sólidos, e é isso que vai ditar o comportamento dos mercados.” Para o investidor que tem dinheiro para aplicar, Santalúcia sugere a destinação da maior parte dos recursos em fundos DI, que remuneram com juros correntes no mercado financeiro. Os fundos DI têm preferência sobre os de renda fixa, no momento, porque os juros de títulos prefixados são atualizados diariamente por seu valor de mercado e tendem a perder rentabilidade com o vaivém das taxas no mercado por causa da instabilidade.

Embora o mercado de ações seja o que, ao lado do segmento de juros futuros, mais tem reagido negativamente às incertezas políticas, Santalúcia aposta em ganho do investidor com a bolsa. A hora mais indicada para a compra de ações é no momento de baixa, lembra. Mas ele diz que a entrada na bolsa pode ser adiada, porque o ponto de compra se daria quando as ações caírem mais 6 a 8%.

Para pequenos e médios investidores, o mais indicado é o investimento por meio de um fundo de ações. Outra opção, mais vantajosa, é a aplicação em ações por meio de carteira administrada, em que o investidor se beneficia da isenção da CPMF de 0,38%. Essa modalidade, contudo, está restrita a investidores com elevado volume de recursos, em geral acima de R$ 300 mil. “O investidor contrata os serviços de um especialista que monta uma carteira administrada e compra ações diretamente na bolsa, em nome do cliente, sem o pagamento da CPMF.”

Santalúcia diz que, embora o dólar venha de seguidas altas, puxado pela instabilidade política, não é indicado o investimento na moeda americana, seja com compra de dólar, seja em fundos cambiais.

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