O vice-presidente do Insper, Marcos Lisboa, afirmou na noite desta quarta-feira, 25, que uma atuação do governo “de forma estabanada” e intervenções nos preços administrados são algumas das razões para a crise econômica vivida no País.
“Para além dos eventuais malfeitos (como no caso da Petrobras), foi a intervenção estabanada e incompetente (do Estado) que levou à situação grave que o Brasil está agora”, afirmou, durante evento na capital paulista. “Não é a corrupção – a corrupção é grave, nos incomoda, mas por incrível que pareça, o problema é maior do que esse.”
Lisboa criticou alguns mecanismos de proteção concedidos pelo governo, como a obrigação de uso de conteúdo local, e disse que medidas como essa foram “extremamente prejudiciais” para a economia brasileira.
“Comenta-se muito que o governo teve pouca abertura às demandas do setor produtivo, mas acho uma crítica injusta. O governo foi bastante aberto e o resultado disso foram as extensas medidas de incentivo pontuais, os subsídios, as proteções. E o resultado é esse que a gente está vendo”, afirmou.
Lisboa participa de evento promovido pelo Insper que tem como mote debater o livro “Reinventando o capitalismo do Estado, o Leviatã nos negócios: Brasil e outros países”. Participam do evento o ex-ministro Antônio Delfim Neto e o economista da Fundação Getulio Vargas, Samuel Pessoa.