Em 2003, pela primeira vez na história, as cidades localizadas fora dos grandes centros urbanos foram responsáveis por produzir metade do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. O PIB representa toda a riqueza gerada no País. O valor é equivalente a R$ 1,5 trilhão. Em 1999, esses municípios representavam 46% da renda nacional. Entre as capitais, Curitiba ficou na 10.ª posição no ranking de maior renda per capita do País. Em 2003, a soma dos bens e serviços dividida pelo número de habitantes foi de R$ 9.105,00, pouco acima da média brasileira, que ficou em R$ 8.694. Vitória, capital do Espírito Santo, ocupou a primeira posição, com renda per capita de R$ 26.534,00. Já Teresina (PI) ficou na última posição, com renda per capita de R$ 4.553,00.
Os dados foram apresentados ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em seu relatório ?O PIB dos Municípios 2003?. Os últimos dados disponíveis são esses, de dois anos atrás.
Os principais motivos para o desempenho das cidades menores foram as usinas e refinarias de petróleo, a agropecuária e aos incentivos fiscais que levaram empresas para o interior do País.
Enquanto isso, as capitais brasileiras perderam participação no PIB do País. Em 1999, elas possuíam 32% do PIB nacional e, em 2003, passaram a ter 28%. Entre as cidades que estão no topo do ranking nacional estão São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Manaus e Belo Horizonte. Os demais municípios nos grandes centros conseguiram manter-se em 22%.
Os municípios que tiveram maior ganho percentual no ranking foram Duque de Caxias, Campos dos Goytacazes e Macaé, as três no Rio, Paulínia, no interior paulista e Camaçari, no interior baiano. Além de Manaus.
O aumento da participação dessas cidades acontece pelo crescimento do setor industrial relacionado à extração do petróleo e ao seu refino. O cálculo do PIB dos municípios foi realizado pelos órgãos estaduais, com a coordenação, treinamento das equipes técnicas e acompanhamento dos trabalhos pelo IBGE. A única exceção ficou por conta do Estado do Tocantins.
Concentração de riqueza
Apesar do avanço dos municípios menores, apenas dez cidades do Brasil produziram 25% da renda do País em 2003, segundo o IBGE. Os números indicam que a concentração econômica continua em 2003.
As dez cidades que mais concentram renda são as capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Manaus, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. Também estão na lista Duque de Caxias e Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, Guarulhos, na Região Metropolitana da capital paulista
Administração pública
Cerca de 10% dos municípios brasileiros têm ao menos metade de sua economia vinculada à administração pública. E em 21 cidades o governo pesa mais de 75% no PIB (soma de todas as riquezas geradas ao longo de um ano) municipal.
Na apresentação dos dados do PIB municipal, o IBGE também comparou o peso das transferências governamentais (recursos repassados por União e estados aos governos municipais) para as cidades do Brasil. As transferências não entram no cálculo do PIB mas, assim como a administração pública (incluída na conta da geração de riquezas do município), tendem a ser maiores quanto menor for a cidade.
Capitais
No Paraná, o PIB estimado em 2003 ficou em R$ 98.999.740,00 e a renda per capita foi de R$ 9.891,00. Entre os municípios com maior renda per capita no Estado, destaque para Araucária (R$ 57.727,00) – por conta especialmente da unidade da Petrobras -, Carambeí (R$ 36.889,00) – onde está instalada a unidade da Batavo, e Capitão Leônidas Marques (R$ 30.682,00).
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