Arquivo / O Estado
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Comércio foi que mais
gerou oportunidades.

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Depois de dois meses consecutivos em que a Região Metropolitana de Curitiba (RMC) liderou a geração de empregos no Paraná, em agosto o interior voltou a empregar mais. É o que revela a pesquisa Nível de Emprego no Paraná, divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR). Conforme o levantamento, o nível de emprego cresceu 0,57% no mês passado, gerando 10.319 postos de trabalho. No interior, o crescimento foi de 0,70% (7.740 empregos), enquanto na RMC, de 0,37% (2.579 vagas).

Apesar do crescimento no número de empregos, o ritmo este ano continua bem menor se comparado ao do ano passado. Em agosto de 2004, o nível de emprego no Paraná cresceu 1,12% e o saldo ficou em 18.952 vagas – mais do que o dobro do registrado em agosto último. ?O Paraná continua gerando empregos, mas num ritmo menor?, analisou o economista do Dieese-PR, Sandro Silva. Apesar do crescimento tímido, o resultado no mês foi o segundo melhor desde 1992, atrás apenas de 2004.

Entre os setores que mais empregaram no mês estão o comércio varejista (2.718 postos de trabalho), outros serviços (1.084) e transporte e comunicação (1.057). Já os setores que mais demitiram do que admitiram foram madeira e mobiliário (-400), agricultura e silvicultura (-222) e metalúrgica (-92).

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Na comparação com outros estados, o Paraná ficou na 16.ª posição em geração de empregos, acima da média nacional, que foi de 0,52%.

Ano

No acumulado do ano (janeiro a agosto), o nível de emprego cresceu 5,23%, com saldo de 89.528 postos de trabalho – a maior parte deles (70%) foi criada no interior, especialmente por influência da sazonalidade da agricultura e da agroindústria. Os setores que se destacam na geração de empregos no ano são a indústria de produtos alimentares e bebidas (17.383 vagas), comércio varejista (14.128), agricultura e silvicultura (10.395), hotéis e restaurantes (7.780). Na outra ponta, o setor de madeira e mobiliário foi o que registrou a pior performance: queda de 2.197 empregos.

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Para o economista do Dieese-PR, o Paraná deve encerrar o ano com o saldo de cerca de 90 mil empregos – a mesma quantia que já foi acumulada de janeiro a agosto. Ele lembrou que pelo perfil do Estado – voltado à agricultura -, as contratações se concentram no primeiro semestre. ?No segundo semestre, costuma haver muitas demissões?, apontou Silva.

Um exemplo foi o período de setembro a novembro do ano passado, quando o saldo de empregos no Paraná foi de 28.702. Em dezembro, porém, houve muitas demissões, especialmente dos trabalhadores temporários, e o resultado no mês foi queda de 31 mil empregos. Em 2004, o Paraná fechou com saldo de 122.648 empregos e crescimento de 7,74%. Para este ano, segundo o economista, a previsão é de crescimento menor: de 5% a 5,5%.

?A desaceleração já era esperada. 2004 foi um ano muito bom, especialmente por conta da agricultura e da agroindústria, que puxaram as exportações. Já este ano a economia internacional está crescendo menos. Também a valorização do real frente ao dólar está prejudicando alguns setores. E algumas commodities agrícolas caíram?, explicou Silva.

No mercado interno, acrescentou, a política econômica do governo federal, com altas consecutivas da taxa de juro, pode ter afetado a geração de novos empregos.