Inteligência emocional pode garantir o sucesso na carreira

Segundo o psicólogo americano Daniel Goleman, conhecimento técnico não é garantia de sucesso. Após estudar cerca de 500 organizações em todo o mundo, Goleman concluiu que os profissionais que mais conquistavam sucesso em suas carreiras não eram os mais inteligentes ou com mais conhecimento acadêmico, mas sim aqueles capazes de lidar com as emoções de forma favorável, canalizando-as para a realização de um objetivo. Eram aqueles que sabiam trabalhar com Inteligência Emocional (IE).

A IE baseia-se em alguns pilares específicos, que são: autoconsciência, motivação, persistência, empatia e entendimento e habilidades sociais. Pode-se pensar que ela apenas ajuda a controlar as emoções, mas a psicóloga Márcia Resende, coach e advanced trainer em PNL, garante que não é bem assim.

“Conhecê-las é mais sábio do que controlá-las. Gerenciar emoções é a grande oportunidade que a Inteligência Emocional proporciona, além de que sejam usadas de forma mais favorável ao indivíduo. Esse é o objetivo maior da IE: saber como aprender com todas as emoções.”

A I.E. pode sofrer influência do ambiente em que uma pessoa é criada, porém, convém ressaltar que ela pode ser desenvolvida sob o aspecto pessoal por meio da autoconsciência e do autogerenciamento.

“Pode-se desenvolver a consciência social e a gestão de relacionamentos. Toda competência emocional pode ser aprimorada, mediante emprego da conduta correta”, garante o coordenador técnico dos cursos de pós-graduação em Gestão Estratégica de Projetos e Administração de Empresas da FAAP, Marcos Alberto de Oliveira.

Acredita-se que, hoje em dia, o êxito no emprego está atrelado ao grau de Inteligência Emocional do profissional. Nunca se falou tanto em trabalho em equipe, iniciativa, liderança, empatia e flexibilidade como se tem falado atualmente, e, nesse sentido, a IE é fundamental para o desenvolvimento no ambiente de trabalho.

“Ela norteia as relações, e o sucesso é composto dos resultados de relações, interações e comunicação. Nesse contexto, temos maior oportunidade de expressar a habilidade para gerenciar as emoções. Quanto mais habilidade, maior será seu sucesso”, garante a psicóloga Márcia.

Marcos Alberto diz que tão importante quanto à formação, a especialização e a nossa inteligência, é a maneira como lidamos conosco e com os outros. “Um profissional que lida bem com suas emoções, comunica-se melhor, respeita mais as pessoas e suas escolhas, inspira os demais e sabe alcançar suas metas. Construir estratégias e gerenciar as emoções favorece o amadurecimento profissional. As empresas teriam melhores resultados se utilizassem essa estratégia, mas como nem sempre isso acontece, cabe ao profissional buscar formas de lidar com suas emoções para crescer, seja por meio de um coaching ou de um curso específico”, completa Márcia.

A Inteligência Emocional interfere, também, na tomada de decisão. Se as emoções forem pensadas como condutoras para determinadas atitudes, quando se desenvolve a habilidade de nos distanciarmos de um contexto e identificamos nossas próprias emoções, elas são canalizadas de forma mais positiva e a tomada de decisão se torna mais assertiva e consistente. Decisões pautadas em emoções limitam a percepção da realidade e podem comprometer os resultados.

“Quando um indivíduo desenvolve a capacidade de identificar suas emoções, poderá utilizar esse autocontrole para se sair bem diante das dificuldades nos relacionamentos pessoais e profissionais. Essa capacidade afeta tanto as decisões pessoais quanto as coletivas. As pessoas raramente nos dizem em palavras aquilo que sentem, porém este sentimento não declarado interfere, sim, na tomada de decisão”, declara Marcos Alberto.

Especialistas dizem que profissionais são contratados por suas competências técnicas, mas sempre são demitidos por comportamento. Esse fato está, mais uma vez, atrelado à dificuldade de gerenciar as próprias emoções.

“O mais interessante é que grande parte dos profissionais continua investindo no desenvolvimento técnico e se esquecendo da importância das relações interpessoais, que representam mais de 80% das nossas atividades. Estamos em contato com seres humanos o tempo todo. Saber lidar com as nossas emoções e com as das pessoas que estão em nossa volta tornou-se essencial para o desenvolvimento profissional”, analisa a psicóloga.

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