São Paulo (AG) – O dólar fechou com forte alta ontem, a R$ 2,397 para venda, a segunda maior cotação do ano. A valorização foi impulsionada por fatores externos e por um movimento de ajuste de posições devido a preocupações com o cenário político interno. A aproximação do fim de semana reforçou temores de que surjam novas denúncias, contribuindo para a alta de 1,70% do dólar no dia, o maior avanço desde 23 de março.

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A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o pregão viva-voz com queda de 2,01% e o Índice Bovespa em 25.322 pontos.

No cenário externo, incertezas quanto ao câmbio chinês e os juros americanos levam bancos a realocar carteiras, reduzindo posições em países emergentes. Por ter maior liquidez e estar passando por uma crise política, o Brasil é o mercado preferido para as vendas de ativos. Com a queda dos títulos da dívida externa, o risco-país dispara 3,21%, para 417 pontos centesimais.

?Há muita incerteza quanto aos desdobramentos da crise política e quanto aos movimentos do mercado internacional após as mudanças na China. O investidor está optando por comprar dólares e manter uma postura menos arriscada no final de semana?, disse um profissional de um grande banco.

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O mau humor dos investidores leva em conta a conjunção entre as incertezas externas e a crise política interna. Com a proximidade do fim de semana, os investidores não querem ficar desprotegidos e buscam reduzir posições em bolsa e aumentar o posicionamento em dólar.

As incertezas quanto aos efeitos da mudança no câmbio da China e a expectativa de aumentos de juros nos Estados Unidos favorecem uma migração de recursos internacionais em busca de maior segurança. Instituições financeiras reduzem a exposição a ativos de países emergentes e o Brasil é o maior alvo. Nesta sexta, a corretora americana Merrill Lynch reduziu de ?acima da média? para ?dentro da média? a recomendação para suas carteiras.

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O Global 40, bônus global de 40 anos e título brasileiro mais negociado, tem baixa de 0,17%. Não há negócios com o C-Bond, título que foi objeto de uma troca que envolveu US$ 4,4 bilhões em títulos com vencimento em 2018. Agora, resta US$ 1,2 bilhão em C-Bonds em circulação.