Para o diretor de Regulação do Banco Central (BC), Otávio Damaso, o processo de inovação do sistema financeiro figura na lista dos principais desafios da autoridade monetária para os próximos anos. O diretor fez esta afirmação durante palestra que proferiu nesta quinta-feira, 9, em São Paulo na abertura do 7º Congresso Internacional de Gestão de Riscos, promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo.

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“Temos todos que nos preparar para esse processo de inovação. Olhando hoje parece ser extremamente intenso e desafiador, com muitos debates interessantes. Esse debate sobre inovação chegou agora com força no centro do sistema financeiro, já atingiu outros segmentos econômicos e transformou alguns de forma significativa e agora chega ao centro financeiro”, disse.

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De acordo com Damaso, há vários drivers direcionando esse processo como um todo e alguns deles ditam a tecnologia, outros drivers ditam a demanda da sociedade e a adaptação a modelos de negócios. “Mas no caso dos drivers de tecnologia tem a Inteligência Artificial, a Internet das Coisas, Big Data como um todo, entre outros”, relatou o diretor como sendo parte do desafio.

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De acordo com ele, há um processo de inovação que vem dentro da própria indústria das instituições financeiras. Os bancos, de acordo com ele, sempre estiveram na vanguarda de inovações tecnológicas e dessa vez não está sendo diferente. “A gente vê um movimento muito intenso das instituições financeiras se adaptando para essas inovações, mas se vê também, aproveitando o ensejo dessas inovações, muitas empresas novas entrando no segmento financeiro e trabalhando com operações no âmbito do sistema financeiro como um todo”, observou.

Nesse contexto, de acordo com Damaso, o BC tem três mensagens básicas em relação ao processo de inovação. A primeira mensagem, segundo o diretor, é que a autoridade monetária vê como positivo todo o processo de inovação com títulos econômicos de eficiência, de atendimento das demandas da sociedade. “Então não adianta a gente não aderir a esse processo de inovação, inclusive nos nossos processos internos, ficaríamos para trás em relação à indústria e em relação ao mundo”, alertou o diretor de Regulação do BC. De acordo com Damaso, o BC tem empurrado a indústria para que se adapte ao processo de inovação.

A segunda mensagem, continuou Damaso, é que para atuar na ampla esfera de atribuições e competência centro financeiro do BC é preciso observar o perímetro legal e regulatório. “Isso é condição necessária, absoluta e a gente não abre mão desse aspecto”.

A terceira mensagem, disse, é que, não obstante à observação do perímetro legal regulatório, o BC dá todo o apoio e está empenhado em fazer as mudanças regulatórias e propor as medidas legais para permitir que o processo de inovação ocorra de uma forma eficiente e segura para a indústria. “A gente tem adotado isso, evoluímos na questão da conta eletrônica, com abertura de forma remota. Teve um processo de digitalização de documentos. Estamos tentando fazer um conserto na lei para permitir o descarte definitivo para concluir isso”, disse Damaso.

Ele disse ainda que o BC inovou com a questão do contrato de câmbio eletrônico, o que está trazendo muita eficiência para os bancos e para as empresas que operam com comércio exterior. “Estamos também com duas consultas públicas em curso da Fintech na linha de crédito e também na questão da segurança cibernética”, disse.

Na questão da inovação, Damaso disse que o padrão de pensar do BC era o de pegar o físico e adaptá-lo ao padrão digital. Agora, a autoridade monetária está pensando cada vez mais no digital-digital. “Então tudo aquilo que a gente está pensando em fazer de novo já pensamos em como fazê-lo nascer já digital, sem ter que fazer adaptação de físico para digital”, disse.