Injeção líquida no câmbio já soma US$ 27,4 bilhões, aponta BC

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, informou nesta quinta-feira (5) que a injeção líquida de dólares feita pelo BC no mercado cambial soma US$ 27,4 bilhões desde o agravamento da crise, em setembro, até o dia 2 de março. Segundo ele, a injeção total de dólares somou US$ 33,8 bilhões neste período, sendo que US$ 14,5 bilhões foram vendidos no mercado à vista, US$ 9,7 bilhões foram repassados em leilões de dólares com recompra e US$ 9,6 bilhões foram vendidos em leilão para o financiamento à exportação. Nesse mesmo período, foram recomprados pelo BC US$ 6,4 bilhões, sendo que US$ 5,1 bilhões se referem aos leilões com recompra e US$ 1,3 bilhão dizem respeito aos leilões para exportações.

Meirelles exaltou as intervenções realizadas pela autoridade monetária no mercado de câmbio para tentar amenizar os efeitos da crise financeira que reduziram a oferta de crédito no País. “O Brasil é um dos poucos países que tem dólares para fazer isso”, afirmou na 29º Reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Segundo ele, este vai ser um dos principais temas na reunião do G-20 que acontece em abril, em Londres.

Meirelles destacou, principalmente, as novas operações de empréstimos dos dólares das reservas internacionais para as empresas e bancos que têm dívidas no exterior e têm enfrentado dificuldades para captação de recursos em meio a menor oferta de crédito disponível.

Outro exemplo, citado por Meirelles, é o restabelecimento gradual da oferta de crédito para os exportadores via Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC). Segundo ele, além do aumento das médias diárias nas últimas semanas, a taxa de rolagem destas operações tem crescido e atingiu 95% em fevereiro.

Durante a palestra, Meirelles afirmou que os bancos públicos devem continuar com a estratégia de “entrar no mercado com mais força e mais profissionalismo para aumentar a oferta de crédito e para o spread bancário continuar caindo. Os bancos públicos são fundamentais para isso”, afirmou. O spread é a diferença entre o juro do crédito e o custo de captação dos recursos pelos bancos.

Durante a apresentação, Meirelles chamou a atenção para o aumento da vulnerabilidade de alguns países, principalmente, as economias do Leste Europeu. “Isso pode ser uma segunda fonte potencial de problemas”, disse, ao lembrar que a primeira onda de problemas foi gerada pelo canal do crédito, que levou a crise financeira dos Estados Unidos para vários países. Segundo o presidente do BC, esse também será um tema importante na próxima reunião do G-20.

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