Início de 2015 será fraco para o comércio, estima CNC

As condições atuais da economia brasileira indicam que o início de 2015 será de vendas fracas no comércio, dando sequência ao desempenho observado ao longo deste ano, afirmou nesta terça-feira, 04, o economista Fabio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Hoje, a entidade informou que o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou 1,6% em outubro ante setembro, consolidando este ano como o pior em termos de confiança desde o início da pesquisa, em 2011.

“Temos uma previsão de que, até abril (de 2015), as vendas devem crescer entre 2,5% e 3,5% (em relação a igual período do ano anterior). Será muito mais parecido com 2014, um ano de crescimento fraco. Com as condições atuais, não tem muito como recuperar”, disse Bentes, citando ainda a recente retomada das altas na taxa básica de juros, a Selic, pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Na última quarta-feira, 29, a Selic foi elevada em 0,25 ponto porcentual, para 11,25%.

Nesse contexto, a previsão de crescimento de 2,6% nas vendas do Natal em relação ao desempenho de 2013 está com viés de baixa. O resultado deverá ser o pior em 11 anos, ressaltou Bentes. A previsão de vendas do varejo restrito (sem veículos e material de construção) para o ano todo de 2014, atualmente em alta de 3,5%, também deve ser ajustada para baixo diante dos dados mais recentes de comércio e mercado de trabalho.

Segundo o economista, uma inflação mais baixa seria determinante para a recuperação do comércio, seguida posteriormente por uma redução nas taxas de juros. “Sabemos que a inflação vai ceder, mas o comércio vai pagar um pouco desse preço. Haverá uma desaceleração no consumo de bens, pois os serviços são mais resistentes à Selic”, ressaltou Bentes.

A desaceleração da atividade, porém, também se firma como um obstáculo à recuperação do comércio, citou o economista da CNC. No último Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, 03, com projeções coletadas pelo Banco Central junto a analistas do mercado financeiro, o crescimento esperado para a economia brasileira ficou em 0,24% em 2014 e 1,00% em 2015.

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